Sexta-feira, 22 de Abril de 2016
I
Imagem extraída do blog: cardosinho.blogr.br
Por: Belarmino Mariano Neto
A democracia é um direito internacional e deve ser defendida permanentemente. Quando a democracia é ameaçada em qualquer parte do mundo, será preciso denunciarmos, lutarmos para que ela seja restituída. A democracia é tão líquida quanto a água e tão invisível quanto o ar que respiramos, mas sem ela corremos o sério risco da barbárie, da ditadura e da tirania. Ou seja a democracia é um direito fundamental dos humanos. Ela nos projeta para uma cidadania plena, para um estado de liberdade e de opinião, que nenhum outro sistema possibilitaria.
As elites dominantes em nosso país, colocaram em curso um processo de golpe aos anseios democráticos do nosso país, tentando implantar uma crise política e de quebra da governabilidade da atual presidenta Dilma Rousseff. O Deputado Eduardo Cunha, réu no STF, presidiu um escandaloso e demorado ritual de votação contra o governo da presidenta Dilma. Ficou claro que existe na vida política brasileira um grupo de políticos corruptos que abandonaram qualquer principio de razão, ética ou de democracia e se agruparam em um grande bloco de ataques as conquistas históricas do povo brasileiro, entre elas, o direito democrático.
Como estamos percebendo com a reação internacional, o golpe contra a democracia brasileira poderá marcar profundamente a história recente do nosso país. Imagem extraída do portal: redemundonoticias.com "Diversos líderes da América Latina têm se manifestado contra a iminência de um golpe no Brasil. Por trás das campanhas midiáticas a favor do impeachment de Dilma e da prisão do ex-presidente Lula, ganha força a tese de uma articulação de interesses estrangeiros com movimentos de direita para desestabilizar governos de esquerda no continente.
Um muro no Uruguai foi pichado com as frases "Não ao golpe no Brasil" e "Dilma Resiste" Na sexta-feira (18), o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, defendeu a continuidade da Operação Lava Jato, mas reiterou que não há fundamento jurídico para tirar a presidenta Dilma Rousseff do cargo. Segundo ele, a líder da nação demonstra, pelo contrário, um claro compromisso com a transparência institucional e com a defesa dos ganhos sociais alcançados pelo país na última década. (www.redemundonoticias.com)
A Rede Mundo Noticias, destacou a reação de governos dos seguintes países: Uruguai, Bolívia, Venezuela, Equador, Argentina,entre outros, todos contrários e conscientes de que se encontra em curso, no Brasil uma tentativa midiático-jurídica e política de golpe que afeta profundamente aos princípios democráticos em toda a América Latina.
Imagem extraída do blog: vermelho.org.br
Esse painel com uma imagem do jogador Sócrates, com uma faixa na testa om a palavra"Democracia" e a frase "No Coup in Brazil" foi exporta no dia 17 de abril em um jogo do Liverpool em que torcedores protestaram contra o golpe. Esses são alguns exemplos de reações internacionais em defesa da democracia brasileira. No parlamento português, “O impeachment resolve algum problema dos problemas de corrupção no Brasil?” O assunto roda o mundo depois da patética votação de domingo no Congresso Federal.
A deputada do Bloco de Esquerda de Portugal Joana Mortágua faz seu pronunciamento: “o impeachment é a vitória da corrupção (...) de uma direita conservadora que viu uma oportunidade para assaltar o poder. ” Repercussão internacional sobre o vergonhoso golpe do bloco de direita, contra a democracia. Vergonhoso, pois os partidos ditos democráticos, que deveriam defender a democracia, abandonaram os seus princípios e ideologias, para alimentar o ódio, a vingança e abafar os atos de corrupção de mais de 60% do Congresso Nacional (Vídeo Ninja).
Imagem extraída do blog: vermelho.org.br
Na Itália, em Roma, um grupo de brasileiros, argentinos e italianos se reuniram e fizeram um protesto contra o golpe no Brasil. Assim como na Itália, esse fenômeno aconteceu em dezenas de países em que existe grande presença de brasileiros. Demostração de que a sociedade esta atenta contra os desmandos do poder legislativo. Também em New York e em Lisboa, Estudantes e pesquisadores protestaram contra a presença de lideranças Tucanas que foram falar sobre o processo de Impeachment, com cartazes e gritos de ordem de: #NãoVaiTerGolpe e #VaiTerLuta!
Imagem extraída do portal da folha de são paulo online, 22 de abril de 206.
Nesse momento, a direita e extrema-direita ficou muito preocupada com a ida da presidenta Dilma para os Estados Unidos, e como representante do Brasil no Fórum Climático da ONU poderia expor a atual situação política do Brasil, simplesmente porque a imprensa internacional já se deu conta dos riscos em que esta passando a vida democrática no Brasil.
Todo o mundo já percebeu que o Congresso Nacional vem usando dois pesos e duas medidas para tratar de temas polêmicos como impedimento da presidente Dilma e não cassação de Eduardo Cunha e mais umas duas centenas de deputados envolvidos em corrupção. A reação internacional é clara e todos já perceberam que tanto a mídia burguesa, quanto o poder jurídico, até certo ponto, contribuem em favor desse golpe contra a democracia nacional.
A direita golpista com o aval do STF, implantou um processo de impeachment contra Dilma e ela, em New York poderá esclarecer melhor esse golpe, com declarações dirigidas para todo o mundo, de dentro da reunião da ONU. Mas a presidente optou por acreditar que o povo brasileiro será capaz de derrotar os golpistas e optou diplomaticamente em falar diretamente sobre o golpe contra a democracia.
Os arautos do golpe, Michel Temer, Eduardo Cunha, Jair Bolsonaro, Aécio Neves, etc., com o claro silêncio do STF, passaram esses dias tentando intimidar a presidenta, com declarações jocosas de que ela não deve expor o Brasil e seus problemas domésticos de crise política para o mundo. Ou seja, sabem muito bem que estão sendo observados pelas instituições internacionais e latino-americanas, em relação aos seus atos de proteção a corrupção e perseguição aos direitos democráticos de mais de 54 milhões de pessoas, que elegeram Dilma Rousseff como presidente do Brasil para o seu segundo mandato. Nesse sentido, vale perguntarmos:
O que é Democracia? O que tem haver a democracia brasileira com a democracia para o resto do mundo?
Fiz questão de ir até o portal da Embaixada dos Estados Unidos da América, no Brasil e encontrei que: "A Democracia origina-se do grego, Demos (povo), Katria (poder) assim, é o povo que detém o poder soberano sobre os poderes Legislativo e Executivo (sobre o governo)". No portal ainda aparecem alguns princípios essências para a ideia de democracia:
1) Democracia é o governo no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou através dos seus representantes livremente eleitos. Democracia é um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana; é a institucionalização da liberdade.
2) A democracia baseia-se nos princípios do governo da maioria associados aos direitos individuais e das minorias. Todas as democracias, embora respeitem a vontade da maioria, protegem escrupulosamente os direitos fundamentais dos indivíduos e das minorias.
3) As democracias protegem de governos centrais muito poderosos e fazem a descentralização do governo a nível regional e local, entendendo que o governo local deve ser tão acessível e receptivo às pessoas quanto possível.
4) As democracias entendem que uma das suas principais funções é proteger direitos humanos fundamentais como a liberdade de expressão e de religião; o direito a proteção legal igual; e a oportunidade de organizar e participar plenamente na vida política, econômica e cultural da sociedade.
5) As democracias conduzem regularmente eleições livres e justas, abertas a todos os cidadãos. As eleições numa democracia não podem ser fachadas atrás das quais se escondem ditadores ou um partido único, mas verdadeiras competições pelo apoio do povo.
6) A democracia sujeita os governos ao Estado de Direito e assegura que todos os cidadãos recebam a mesma proteção legal e que os seus direitos sejam protegidos pelo sistema judiciário. As democracias são diversificadas, refletindo a vida política, social e cultural de cada país.
7) As democracias baseiam-se em princípios fundamentais e não em práticas uniformes. Os cidadãos numa democracia não têm apenas direitos, têm o dever de participar no sistema político que, por seu lado, protege os seus direitos e as suas liberdades.
8) As sociedades democráticas estão empenhadas nos valores da tolerância, da cooperação e do compromisso. As democracias reconhecem que chegar a um consenso requer compromisso e que isto nem sempre é realizável. Nas palavras de Mahatma Gandhi, “a intolerância é em si uma forma de violência e um obstáculo ao desenvolvimento do verdadeiro espírito democrático” (http://www.embaixada-americana.org.br/democracia/what.htm).
Imagem extraída do portal: marchaverde.com.br
Essa imagem reflete o quanto a justiça brasileira se cega para um dos lados do processo intitulado como "Operação Lava-Jato", pois centenas de deputados e senadores de partidos como: DEM, PMDB, PSDB, PP, PTB e de outros partidos que estão citados como diretamente envolvidos nesse esquema de corrupção, mas não são nem si quer intimados para serem ouvidos. Poderia ter buscado os princípios fundamentais da democracia em qualquer outro lugar. Poderia ter vasculhado o conceito de democracia em todas as cartas programáticas dos mais de 30 partidos existentes no Brasil. Destaquei aqui apenas os partidos que possuem o (D) de democracia em suas siglas: 1) DEM, PDT, PMDB, PSD, PSDB, PSDC. Tirando o PDT desse bloco, pois apenas seis deputados, traíram a orientação do partido em relação a implantação formal do golpe contra a democracia brasileira, os quais já foram expulsos da legenda.
Todos esses partidos, apresentam no resumo de sua ideologia, um compromisso direto com os princípios democráticos. isso mesmo, com esses princípios sugeridos acima. Pior ainda, alguns como o DEM, apresenta como linha ideológica central a Democracia, atrelada ao liberalismo clássico. Mas as práticas políticas desse partido são as piores que se possa imaginar, pois seus membros usam as esferas do poder, por onde passam para extrair vantagens, com implicações diretas contra os interesses sociais e públicos. O partido não respeita a coisa pública e seus membros de renome nacional, sempre aparecem em escândalos de corrupção. o Partido é um dos articuladores do atual golpe contra os princípios democráticos.
Se vistarmos o portal do PSDB, a situação é mais grave ainda, pois o partido apresenta em sua ideologia um nítido compromisso ideológico com a Social Democracia, aos moldes de partidos social-democratas da Europa Ocidental. Ideologia que na Europa significam partidos de centro-esquerda, em defesa de políticas públicas que beneficiem toda a sociedade.
Na prática, o PSDB brasileiro, esta muito mais para um partido de direita á extrema direita, com práticas conservadoras, neoliberais e de ataque direto as conquistas dos trabalhadores. Podemos afirmar que o partido adota políticas de repressão aos movimentos sociais e é um dos principais articuladores do golpe contra a democracia em sua fase atual. Basta lembrarmos a tentativa de fechamento de escolas públicas em São Paulo e desvio de dinheiro que deveria ser usado para a compra de merenda escolar, no governo tucano de Alckimin (PSDB/SP); ou da violência contra os professores e servidores públicos, no governo paranaense de Beto Richa (PSDB/PR). Imagens extraídas das redes sociais.
O PMDB, que veio de um Movimento em defesa da democracia brasileira (MDB), em épocas da Ditadura Militar, parece que aprendeu todos os caminhos do golpismo e das traições políticas. O partido perdeu completamente a ideia de defesa dos princípios democráticos que estão como letra morta em seu estatuo. Tornou-se um partido fisiologista, em que seus membros parecem cafetões do poder, sempre na sombra, sempre nos acordos espúrios, aplicando da melhor maneira possível a lei da vantagem (Lei de Gérson). Isso mesmo, aquela propaganda do cigarro vila rica, em que o Jogador Gérson, dizia: -"Gosto de levar vantagem em tudo, certo?".
Esse é o PMDB, que não tem mais nenhum compromisso com a democracia. o Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, réu no STF por crime de corrupção, decoro parlamentar e outros, sempre diz: -"Os tempos são outros". O Michel Temer (Vice-Presidente), conspira contra o seu próprio governo em plena luz do dia. Ele é o presidente desse partido e usa seu poder para acordos com os demais partidos de direita,
O PSD é uma fragmento do PSDB e do PMDB, além de outros deputados e senadores corruptos que não aguentavam mais ficar na oposição aos sucessivos governos do PT, então, juntou-se um grupo de deputados e senadores para fundarem esse novo partido, para pegarem alguns ministérios e secretarias especiais além da direção de algumas estatais do governo federal. Ou seja, o PSDB encontrou um jeitinho de entrar no governo federal através de um partido aparentemente novo. Na verdade o PSD é o PSDB sem o B. Todos os seus importantes nomes, já foram do PSDB, ou de partidos que são da mesma base.
O (D) de Democracia desse partido também é letra morta, pois além do golpista é também representado por traições. O PSD fazia parte do governo Dilma até as vésperas da abertura do impeachment, mas foi para a seção da Câmara e votou contra o governo do qual fazia parte. Alguns poucos deputados, preferiram seguir a sua própria consciência e/ou a manutenção dos seus cargos e vendo que o golpe já havia passado, votaram não. Uma boa manobra, tipica de traições.
O PSDC, tem o (D) de democrata em sua sigla, mas na verdade não tem nada de democrático. É um partido de extrema direita, defensor de um cristianismo evangélico conservador, de extrema direita, completamente comprometido com politicas sexistas, homofóbicas e neoliberais. Um partido extremamente conservador, que chega ao extremo de defender práticas antidemocráticas e militaristas que afrontam as liberdades individuais. Um partido também comprometido com o golpismo oportunista.
Dito Isso poderíamos listar uma horda de partidos golpistas que abandonaram as suas ideologias, entre eles o PTB, PTN, PV, PSB, PSC, PTdoB, PTC, PHS, REDE, SD, PPS, PR, PRB,PRTB, PROS, PP, PMB, PMN, PEN. Quase todos esses partidos se encontram entre aqueles que se consideram trabalhistas, liberais, neoliberais, cristãos, e até socialistas, mais que na prática atenderam ao chamariz dos grandes partidos a serviço do Golpe. Na prática, os líderes desses partidos falam em democracia e liberdade, mas vivem como oportunistas, de migalhas dos grandes partidos de oposição ou em cargos dentro do governo e na hora H votam pela conveniência do momento e/ou pelas melhores vantagens futuras.
O único bloco que se manteve coerente em relação aos princípios democráticos foram o PSOL, PCdoB, PT e parte do PDT. Na soma, alguns parlamentares, mesmo contrariando a posição dos seus dirigentes, também votaram contra o golpe. Acreditamos que muito mais por interesses em cargos e vantagens pessoais do que por uma ideologia e compreensão da importância da Democracia.
O PSOL e o PCdoB, mantiveram um posição firme e coerente com o rege os seus estatutos. A defesa da Democracia como um princípio programático e pragmático para os partidos de esquerda. Mesmo existindo uma diferença fundamental entre os dois partidos, pois o PCdoB, faz parte do governo, enquanto que o PSOL é um partido de oposição de esquerda ao governo, mas seus seis deputados foram extremamente valentes em suas posições, demonstrando que não estavam defendendo os erros do governos, pois exigiam o rigoroso processo de investigação para os atos de corrupção, mas votaram #NaoaoGolpe! pois se tratava de um golpe contra a democracia brasileira.
O PSOL reafirmou a sua posição em defesa dos interesses da classe trabalhadora, contra os projetos de Terciarização, de Ajuste Fiscal, de Reforma previdenciária que tira direitos e de políticas sexistas, homofóbicas e de ataque aos direitos das mulheres, dos negros, indígenas e em defesa da reforma agrária.
Imagem extraída do blog: paraalemdocerebro.blogspot.com
Imagem extraída de mst.org.br
Golpistas da direita conservadora, aprendam com essa mulher chamada Democracia, respeitem essa mulher chamada Democracia, pois ela representa um ponto civilizador entre a tirania e a barbárie. Respeitem a Democracia pois ela se nega a viver na prisão dos hipócritas e derrotados. Querem espaço na política respeitem as regras do jogo. Se organizem para convencer o povo, convençam de que são capazes de representar o povo. Respeitem o voto popular, a vontade de escolha da população, respeitem as regras da democracia, pois na atualidade não existe espaço para o golpismo barato em que as elites de direita acham que ainda vivem na década de 60, acobertados por potências capitalistas e por forças armadas leais aos interesses de entreguistas. Os tempos são outros e com eles estamos exercitando a sociedade da informação e de exposição pública do contraditório, em favor da verdade dos fatos, as mentiras não se sustentam por muito tempo e farsistas, golpistas, corruptos não passarão!
VIDEOS SOBRE O GOLPE:
Fontes:
http://olharesgeograficos.blogs.sapo.pt/geografia-cultural-e-teorias-liberais-8201 http://www.infoescola.com/curiosidades/lei-de-gerson/ http://www.embaixada-americana.org.br/democracia/what.htm http://guarabira50graus.blogspot.com.br/2016/03/a-democracia-nossa-de-cada-dia.html http://www.redemundonoticias.com/#!Am%C3%A9rica-Latina-se-levanta-contra-o-golpe-no-Brasil/cjds/56f35f2e0cf26be41bd899e9 http://cardosinho.blog.br/politica/torcedores-do-liverpool-protestam-contra-golpe-no-brasil/ http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/04/1763586-dilma-e-recebida-em-nova-york-com-protesto-contra-impeachment.shtml
Segunda-feira, 16 de Novembro de 2015
Por: Belarmino Mariano Neto
O Brazil que foi entregue as multinacionais pela privatização de FHC, agora sofre as consequências ambientais da exploração sem controles. Por: Belarmino Mariano Neto Esse é o modelo de exploração predatória utilizado pelo perverso sistema capitalista selvagem. Lucro, lucro, lucro. Em nome do capital, os governos de Collor a FHC privatizaram importantes estatais que extraiam minério em Minas Gerais. Todas passaram para as mãos de empresas multinacionais, como a Vale do Rio Doce e suas associadas. O pior é sabermos que esse era um mal anunciado. As pessoas, os animais e a natureza pouco importam para essa gana capitalista. Só uma sociedade socialista e ecológica.
A bióloga Takako Watanabe fez as seguintes indagações: "Não é só a raça humana que sofreu com esse desastre! Falam de 20 pessoas mortas e alguns ainda desaparecidos, mas e os milhares de seres que foram exterminados? Os peixes podemos até ver, mas e os demais seres vivos desse ambiente? E o rio? E as consequências disso tudo? Dá para recuperar?"
Se considerarmos a Ecologia Política e a Geopolítica veremos que esse é um problema da ordem econômica capitalista, que explora a natureza e os seres humanos sem compromisso algum com a humanidade e o meio ambiente. então vejam essa imagem e confirme o processo de privatização que também atravessa os financiamentos privados de campanhas, dos partidos das elites dominantes.
Samuel Basilio Costa. de Esplendor - Minas Gerais nos enviou esse pequeno vídeo em que milhares de peixes aparecem mortos pela água, completamente contaminada pelos dejetos das barragens de rejeitos industriais da mineradora Samarco, na ultima quinta-feira (05/11), entre os municípios de Ouro Preto e Mariana. Rio Doce, Minas Gerais.
VEJA VÍDEO: https://www.facebook.com/pontocom.resplendor/videos/1710782195825278/
Fonte: http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,barragem-de-rejeitos-se-rompe-em-minas-gerais,10000001248 https://www.facebook.com/pontocom.resplendor/videos/1710782195825278/
Segunda-feira, 21 de Setembro de 2015
Por Belarmino Mariano Neto Com imagens postadas no face book de
Laudeir Audomar, o mudo se estarrece com tanta barbárie, com tanta crueldade humana.
Direto de Pernambuco, Laudeir Audomar - Postou em suas suas redes sociais: "Isso está acontecendo agora. Sírios, argelianos, africanos, e muitos outros países tentando fugir pelo mediterrâneo em direção a (Europa) costas de Turquia e África estão milhares, talvez milhões de humilhados, que em algum momento tentarão cruzar as águas. O número de vidas perdidas são incontáveis, milhares dessa pessoas por não se submeter a uma outra religião, por serem cristãs, e outras milhares por não suportar a fome o caos e a opressão, sem contar inúmeras barbaridades que estão acontecendo a muito tempo antes disso, mas que agora chega ao seu ápice" Ao final apela para orações.
O mundo Árabe, Muçulmano ou Islâmico vive um pressão geopolítica internacional, pois as suas riquezas energéticas representam o ultimo fôlego estratégico para manter o sistema capitalista acesso, pois não existem saídas ambientais em curto ou médio prazo para manter um sistema ambientalmente degradador e humanamente impossível de estabelecer igualdades, fraternidades e paz mundial. Desse sistema só conhecemos a exploração e a destruição da natureza e dos povos.
Estas imagens que seguem e que estão em quase todas as redes de noticia internacionais, são o simbolo de uma Organização das Nações Unidas ONU, omissa e a serviço dos interesses das superpotências capitalistas. Muito mais que isso, estamos diante de uma forte crise do mundo capitalista, que não consegue mais se reproduzir na mesma velocidade do que espera o mercado especulativo e de capitais.
Também pode ser entendida como uma crise geopolítica do próprio sistema que esgarçou completamente as relações internacionais no Oriente Médio, considerando os sucessivos governos americanos do pós-guerra fria e seus aliados europeus, pois depois da queda do Muro de Berlin, desintegração da URSS, o capitalismo voltou as suas forças para o mundo Árabe há pelo menos trés décadas. Sem controle e sem saídas multilaterais, refugiados, conflitos civis cruéis e ataques do imperialismo ocidental, nos levarão ao colapso mundial.
Os Estados Unidos estimularam a Guerra Irã X Iraque; O movimento Talibã; A Guera Iraque X Kuwait; Israel X Palestinos, e uma dezenas de outros conflitos no Oriente Médio.
São pelo menos 30 anos de intensos conflitos na região mais rica em petróleo do planeta. Essa é a geopolítica americana para o Oriente Médio, estado esgarçado, populações aflitas e governos corruptos, autoritários e ávidos por negociações bilionárias por armas e petróleo. O Capitalismo opera um jogo perigoso e os milhões de civis pagam com suas vidas, com a destruição de seus lares de suas famílias e com completa perda das esperanças em uma vida melhor.
Estamos diante os maiores avanços tecnológicos da humanidade e ao mesmo tempo, vendo ao vido, em todos os tipos de meios de comunicação, atrocidades inaceitáveis para o presente.
A jornalista Argentina Claudia Cinatti escreveu que: "A Síria se transformou em um país invivível, com uma economia colapsada e à beira da desintegração. O endurecimento da guerra civil multifacetada entre diversas frações e milícias e o regime de Assad, os bombardeios da coalizão anti-Estado Islâmico dirigida pelos Estados Unidos, e o início de uma nova guerra dentro da guerra entre a Turquia e as milícias curdas do PKK, causaram uma onda de pessoas que fogem desesperadamente frente às nada atrativas opções de morrer em algum bombardeio, ser vítimas da limpeza étnico-religiosa ou, no melhor dos casos, ficar embaixo da bota de quem tomar o controle territorial."
Alguém já esteve minimamente nessa situação? Se agarrando ao choro aos desespero de um trem amontoado de seres humanos sem tino? Todos sabemos que se trata de Refugiados, querendo abrigo, querendo atravessar uma fronteira de guerra e terror. Mas para muitas autoridades do mundo "capitalista civilizado", são apenas fugitivos. Esses termos parecem parecidos, mas de fato, são muito diferentes perante as organizações internacionais como ONU, Cruz Vermelha, OTAN, entre outras. Pois refugiados teriam direitos humanos internacionais em sua proteção. Já o fugitivo, fica vago, pode ser confundido com terrorista, como criminoso, ou fora da Lei. Quando se trata de uma pessoa nessa situação, fica fácil resolver a questão. Mas estamos falando de milhões de pessoas desamparadas e desesperadas.
Ainda de Acordo com Claudia Cinatti: "A Síria está deslizando para a fragmentação estatal. O governo de Assad perdeu o controle pleno de 2 das 14 províncias: Raqqa nas mãos do ISIS e mais recentemente Idlib nas mãos do chamado “Exército da conquista”, uma coalizão de sunitas opostos ao Estado Islâmico. De fato só se sustenta pela colaboração das milícias xiitas sob ordens do Irã e das milícias do Hezbollah.
Simplificando, o país já está dividido em quatro zonas com fronteiras móveis e conflitos internos: o califado do ISIS, que se expande ao noroeste e ao Iraque. Até o oeste e o sul a zona controlada por frações sunitas islamitas e laicas opostas ao ISIS (o que genericamente se chamam os “rebeldes” e abarcam desde o Exército Livre Sírio até a frente Al Nusra ligada à Al Qaeda). A região do Curdistão, ao norte, conhecida como Rojava, e o território que Assad mantém na zona costeira."
Esse é o quadro mais marcante de toda a história recente de mais uma tragédia humana.
|
Fonte: Do you see it now? (via MrLukas Channel) |
Enquanto a ONU for uma sucursal dos interesses das superpotências capitalistas e seus interesses geopolíticos em relação ao resto do mundo. Cenas como essas, serão cada vez mais comuns. Sem controle e sem saídas multilaterais, refugiados, conflitos civis cruéis e ataques do imperialismo ocidental, nos levarão ao colapso mundial. A luta é contra o capitalismo selvagem e internacional.
Fonte de Pesquisa e trechos desse artigo:
Claudia Cinatti - http://www.esquerdadiario.com.br/Os-Estados-Unidos-o-Estado-Islamico-e-a-crise-dos-refugiadoshttps://www.facebook.com/photo.php?fbid=1700087766893459&set=pcb.1700088443560058&type=1&theater
Segunda-feira, 7 de Setembro de 2015
Um filme de terror real, que poucos fazem questão de assistir..
Fuga de refugiados de trípoli e países da africa para a Europa...Agosto de 2015.
fotos postadas por: Ebenezer Saint
https://www.facebook.com/ministerioebenezersaint
Segunda-feira, 24 de Agosto de 2015
Fonte: www.brasilescola.com
Por: Belarmino Mariano Neto
Será que o conceito de oligarquia ainda se aplica aos dias atuais? É o que vamos analisar a partir de uma realidade objetiva, o município de Guarabira, considerando seu legado político e administrativo dos últimos 70 anos. Será que existiram e/ou ainda existem oligarquias em Guarabira? Como a região é permeada pelo mundo rural, será que as oligarquias rurais deram a base para que novas oligarquias se instalassem no poder, reproduzindo novas relações?
Primeiramente vamos dizer de qual lugar estamos tratando nesse artigo. Em pesquisas realizadas sob minha orientação, a acadêmica de Geografia, CLAUDETE PEREIRA DO NASCIMENTO, realizou duas pesquisas que se complementam, entre a graduação e pós-graduação pela UEPB, entre os anos de 2006 a 2009, sobre a dimensão territorial de Guarabira em sua microrregião e os recortes espaciais que representaram desmembramentos, fragmentações e novas municipalidades.
O foco com a pesquisa, também abarcou o “mito geográfico” de que Guarabira em sua microrregião estivesse localizada no Brejo paraibano, um erro que é propagado há décadas e por que não dizer, há séculos, inclusive pelos meios de comunicação. Nesse ponto, começamos a dizer que Guarabira, nunca foi e nem será Brejo.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000), o município de Guarabira/PB está situado em uma área de transição na Depressão Sublitorânea do Agreste paraibano, entre a Serra da Borborema e os tabuleiros litorâneos, com altitude média de 98 metros, com altimetrias superiores a 200 m. do nível do mar.
É nessa região serrana, com vales e depressões que iremos discorrer sobre o conceito de oligarquias, considerando o Dicionário Formal em que o termo possui uma classificação morfossintática: substantivo, feminino singular,
Oligarquia: Significa, literalmente, governo de poucos. No entanto, como aristocracia significa, também, governo de poucos - porém, os melhores -, tem-se, por oligarquia, o governo de poucos em benefício próprio, com amparo na riqueza pecuniária. As oligarquias são grupos sociais formados por aqueles que detêm o domínio da cultura, da política e da economia de um país, e que exercem esse domínio no atendimento de seus próprios interesses e em detrimento das necessidades das massas populares (http://www.dicionarioinformal.com.br/oligarquia/).
Vera Texeira Soares (1979), publicou uma importante obra, intitulada Coronelismo e Oligarquias, analisando o período de instalação da primeira República (1889 a 1934). Nesse caso, vale destacar que foi um período em que regiões e localidades municipais, tinham seus administradores escolhidos por indicação dos governadores, e recebiam uma nomeação como “intendentes”, com poderes até certo modo, de caráter militarista e administrativo. Esse período ficou conhecido como a era dos coronéis. Quem eram eles? As figuras de poder, que respondiam pelos interesses do seu grupo político. Como eram grandes proprietários rurais, com latifúndios que em muitos ultrapassavam áreas territoriais, às vezes maiores do que um único município, estes eram revestidos de um poder, quase que ilimitado.
Quando em suas terras existiam atividades econômicas de manufatura ao exemplo de engenhos, ou eram grandes fazendas de gado, ou produção de monoculturas como a cana-de-açúcar, algodão ou agave, estes grandes proprietários, conseguiam interferir politicamente em toda uma região, influenciando diretamente em uma escala macro política estadual e até em nível nacional. Nesse período eram comuns os esquemas de compra de voto, voto de cabresto e todo tipo de corrupção e repressão extremamente antidemocrática, contra as forças políticas de esquerda que se colocassem na contra hegemonia do sistema oligárquico.
Abro um parêntese para memorias dos meus irmãos mais velhos, José Belarmino e Raul Belarmino, eles contam uma história interessante: quando meus pais (já falecidos) viviam no Vale do Pajeú, em Pernambuco, meu pai Mariano Belarmino analfabeto, minha mãe Gessi Costa, alfabetizada nas primeiras séries, apenas ela podia votar. Morávamos em terra alheia e tínhamos por obrigação (voto de cabresto) votar nos candidatos do dono da terra. Depois da eleição, meu pai foi intimado à fazenda, pois o proprietário ficou sabendo que minha mãe havia votado noutro candidato. O fazendeiro questionou meu pai e ele disse que a sua esposa havia votado no candidato que ela achava melhor e que ele não se metia em quem ela votava. Então o latifundiário, deu um prazo para meus pais saírem de suas terras. Ele deixou o chão com uma boa plantação de milho, feijão e teve que retirar as poucas cabeças de gado e rebanho pequeno de cabras.
Esse comentário reflete a exata política das oligarquias rurais em todo o Brasil e no Nordeste, além do “voto de cabresto”, as pessoas viviam reféns de um espaço controlado pelos latifundiários e nas cidades, os grupos políticos eram também atrelados aos fazendeiros locais. Impedindo que outas forças de esquerda ganhassem espaço na cena política. Será que ainda existe esse tipo de relação nos dias atuais? Como muitas pessoas passaram a viver em cidades, sem emprego para todos, com boa parte dos cargos públicos controlados pelos grupos políticos e a falta de concursos públicos, os contratos de trabalhos em serviço público, são um novo tipo de “cabresto político”, em que, para se conseguir algum contrato, se é obrigado a assumir os interesses políticos daquele grupo que esta no poder.
AS OLIGARQUIAS NA PARAÍBA E EM GUARABIRA
Se considerarmos as devidas escalas espaciais, e teóricos como Michel Foucault, em Microfísica do Poder (1982), mesmo que o autor não trate diretamente da questão, mesmo assim veremos que as oligarquias estão estruturadas nos estados e municípios que compões a estrutura territorial do Brasil. No caso de Guarabira a situação se aplica facilmente. Pois existem modelos exemplares de famílias que durante décadas se revezam no poder político local, controlando as estruturas de poder para si e para os seus mais próximos, em que a prefeitura é um exemplo do “panoptico”, de onde os oligarcas controlam a tudo e a todos.
Temos importantes historiadores como Cleodon Coelho (1975) e Moacir Camelo de Mello (1999), que tratam diretamente da História de Guarabira, mas existem muitas lacunas, quanto às questões de disputa e controle oligárquico das famílias locais, ressaltando muito mais o papel de valorização dos fundadores da cidade, sem uma preocupação com os interesses políticos e as disputas de poder, dentro de uma lógica elitista e conservadora de valores. De maneira que um leitor desavisado, pode construir uma ideia falsa da realidade histórica da fundação e desenvolvimento local.
Historiadores mais atuais, como Martinho Alves e o professor Josias, tentam em seus blogs e até em livros, reconstituir a história de Guarabira, em alguns casos elencando novos indícios de atuação políticas de alguns grupos, em Martinho Alves, faz um resgate biográfico patriarca Antônio Roberto Paulino. Já o historiador, José Octavio de Arruda Melo (1994, 1993 e 1997), consegue em suas diferentes obras, discutir as questões urbanas e dos grupos familiares que se reversavam no poder, inclusive em Guarabira e região.
Vale salientar que o modelo colonial brasileiro foi fundamentado historicamente para que esse sistema oligárquico se tornasse a base de controle dos espaços de poder, de cultura, economia, justiça e, dos meios de comunicações, quase que hereditariamente, tendo sofrido pequenas alterações entre o colonialismo de exploração, imperialismo regimental (monarquia) e períodos republicanos. Nesse ultimo, foi colocado um pouco de fermento da ideia de “democracia torpe”, balizada pelo poderio econômico de algumas famílias, pois a grade maioria dos partidos políticos segue esquema oligárquico, ou seja, controlados por famílias tradicionais.
PRIMEIRA REPÚBLICA, OLIGARQUIAS E POPULISMO NA PARAÍBA E EM GUARABIRA.
De acordo com arquivos do TSE sobre o histórico dos processos políticos e eleitorais brasileiros,
Em 15 de novembro de 1889 tem fim o período imperial brasileiro, com a proclamação da República. A mudança na forma de governo, no entanto, não significou, verdadeiramente, a instituição de um regime político verdadeiramente democrático e livre das influências do poder econômico (http://jus.com.br/artigos/12872/historico-do-processo-eleitoral-brasileiro-e-retrospectiva-das-eleicoes#ixzz3jNp5Nprm).
Nessa perspectiva conceitual historicamente representada, vale registar que, os governos municipais, foram durante décadas indicados pelos governadores como intendentes, entre os anos de 1889 a 1929. Estes assumiam o executivo com o papel de administrar as cidades, com poder de mando policial, administrativo e tributarista. Eram conhecidos como Intendentes.
Nessa época, Guarabira registrou quatro importantes famílias oligárquicas que se revezaram no poder (Pimentel, Aquino, Guedes e Bandeira) que iniciaram o poder de mando sob uma base territorial que encobria toda uma região constituída por municípios como a sede (Guarabira), distritos e povoados como: Pilõezinhos, Araçagi, Pirpirituba, Cuitegi, Alagoinha e Mulungu que se emanciparam politicamente depois dos anos de 1960. Além dessas importantes famílias, outros grupos familiares se revezaram no poder, de acordo com os interesses dos governados da Parahyba. Na atualidade ainda é possível encontrarmos alguns desses sobrenomes familiares, entre os grupos que se revejam no poder local?
OLIGARQUIAS E POPULISMO NA ERA VARGAS
O período que compreende a era Vargas (1929 a 1947) foi muito conturbado em relação às eleições e os prefeitos eram nomeados pelos governadores que eram escolhidos indiretamente. Entre esse período, novamente tivemos como destaque a frente do poder executivo, como maior exemplo a família Aquino, com vários mandatos, apesar de não terem sido sucessivos em todos os momentos, além dos Guedes e Pimentel. Como podemos observar, as nomeações estavam relativamente atreladas ao poder de mando dos governadores que precisavam das famílias mais poderosas de cada região do Estado para garantia de sua governabilidade, atribuindo-lhes poderes e a ocupação dos diferentes cargos públicos aos familiares em uma nítida troca de favores e benesses.
Melo (1994) destaca em seu livro História da Paraíba: lutas e resistências, que um dos mais fiéis representantes das oligarquias rurais paraibanas, foi o interventor Argemiro Figueiredo (1936 - 1940), sua principal base de apoio foi o grupo da várzea, tanto do rio Paraíba como do vale do Mamanguape.
Se pensarmos em governadores ou interventores da Paraíba, vale registrar que em todo o período republicano, se destacaram mais de vinte (20) oligarquias, que se espalharam pelo Estado da Paraíba, e interferiram diretamente em algum momento da História política paraibana, entre elas: Almeida; Andrade, Aquino; Araújo; Pessoa;Bandeira; Borges; Braga; Brito; Cabral; Carneiro; Cavalcante; Coutinho;Cunha; Dantas; Leal; Lima; Lins; Lucena; Miranda; Melo; Moreira; Odilon; Paulino; Pimentel; Rego; Ribeiro; Targino; Toscano; Vasconcelos; Veloso; entre outras, com destaque em negrito para as que influenciaram na formação oligárquica de Guarabira. Vale registrar que muitas dessas famílias se uniram através de matrimônios, entre os filhos/as, o que representava a ampliação das possessões territoriais tipicamente latifundiárias.
Outras famílias chegaram à Paraíba através dos Estados de Pernambuco ou do Rio Grande do Norte, influenciando tanto em áreas rurais, como em atividades urbanas na capital ou em centros urbanos polarizadores mesorregionais, entre o Litoral, Agreste, Borborema e Sertão, além de microrregiões (Cariri, Brejo, Seridó e Curimataú). As atividades rurais, atreladas às manufaturas e ao comércio fez com que a política paraibana irradiasse seu poder para as classes dominantes.
Ainda da Era Vargas, vale destacar que as oligarquias uniram ao seu espeço de poder, práticas populistas de atrair eleitores e apoiadores para os seus projetos políticos de sustentação e governabilidade. Melo (1994) considerou que o populismo como uma espécie de estratégia de poder, não restrito ao Brasil, pois em outros países como a Argentina com Juan Domingos Peron (pós 1929) e no Brasil com Getúlio Vargas (1930). Na Paraíba ele afirma que Ruy Carneiro interventor (1940-1945) foi o melhor exemplo de oligarquia populista, posteriormente seguido por dezenas de outros governadores e prefeitos, em especial nos centros urbanos maiores como João Pessoa; Campina Grande; Patos; Guarabira; Cajazeiras; Areia; Itabaiana; Mamanguape, entre outras áreas.
OLIGARQUIAS E POPULISMO LOCAL NA ERA DO VOTO E DA TORPE DEMOCRACIA
Outro importante período político para os municípios foram às décadas entre 1948 até 2015, pois os prefeitos eram escolhidos por eleições diretas, com disputas acirradas entre as oligarquias locais. No estudo de caso sobre Guarabira, considerando que a maioria dos municípios circunvizinhos fazia parte de um único colégio eleitoral, esse período foi marcado inicialmente por disputas familiares entre os Aquino e Pimentel e posteriormente entra no jogo político a Família Paulino e Toscano, como sendo um novo ramo oligárquico, fruto de uniões familiares entre Aquino/Paulino e de abertura de espaço político dos paulinos aos toscanos.
Nesse período também teremos importantes movimentos urbanos, mais independentes dos traços oligárquicos, mas durante décadas sem muito sucesso, pois o poder econômico e de mando era quase que inabalável. Então, para que um profissional liberal chegasse ao poder, precisava está ligado familiarmente a uma oligarquia local. Então, para além do populismo e do conservadorismo das elites agrárias, alguns dos seus filhos com ares de modernidade, chegaram a atuar na política, arejando em algumas cidades a perversa lógica autoritária, impetrada pelos militares e uma oligarquia populista.
Outras oligarquias comandaram a política em períodos distintos, sob a liderança de políticos individuais, como Ernani Sátiro (Patos), Ivan Bichara (João Pessoa), João Agripino maia (Catolé do Rocha), ou sob a liderança de famílias como Pereira (Pombal), Ribeiro Coutinho (Santa Rita) e Veloso Borges (Alagoa Grande). (MELO, 1994).
Além dos exemplos, também tivemos a situação em que algumas figuras históricas da política paraibana, mesmo com forte influencia oligarca, seguiram um pouco da ideologia de esquerda, como Osmar de Aquino (Guarabira); Agassiz Almeida (Cariri paraibano) Abelardo Jurema (João Pessoa) e Vital do Rêgo (Campina Grande). Estes políticos foram diretamente perseguidos pela Ditadura militar e tiveram seus mandatos cassados. É importante dizermos que estamos apenas tratando de questões relativas às oligarquias, o que não caberia uma análise sobre as esquerdas paraibanas, foco de resistência contra as tradicionais famílias oligarcas e populistas ou que todos os citados fossem de fato esquerdistas.
GUARABIRA: FAMÍLIAS OLIGARCAS NA ATUALIDADE
Apesar das duras críticas que alguns grupos tentam jocosamente relacionar as atuais oligarquias locais, como os Paulinos e os Toscanos, vale registrar que no caso da oligarquia dos Paulinos, esse grupo familiar, tenha até certo ponto substituído a família Aquino ou herdado seu legado político para os dias atuais, pois se trata de um grupo familiar muito jovem na história política local, tendo uma maior tradição oligarca no vizinho Estado de Pernambuco.
Destacamos um momento político em que apesar da ditadura militar, os paulinos se colocavam em um campo oposto ao das famílias Pimentel, pois optaram politicamente pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) crítico da ditadura militar, talvez por herança da oligarquia dos Aquino, também fortemente atreladas ao campo de defesa e assistencialismo as classes populares mais pobres, adquirindo importantes dividendos político-eleitorais e herdando um pouco do populismo assistencialista da época. Enquanto que o grupo político da família Pimentel estava atrelado às forças conservadoras da antiga Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido de sustentação da Ditadura Militar, ao qual também estiveram ligados representantes familiares das oligarquias Bandeira e Amorim. Isso não vale para todos os membros familiares, pois alguns dos políticos, dependendo da formação profissional como o jurídico, também adotaram o assistencialismo em suas estratégias para chegar ao poder.
Como grupo político de oposição aos governos militares, o MDB, posteriormente PMDB, conseguiu com a Oligarquia local dos Paulinos, eleger sucessivos prefeitos, desde Antônio Roberto Paulino (MDB - 1977-1982); Zenóbio Toscano (PMDB - 1983-1988); Antônio Roberto Paulino (PMDB - 1989-1992). Perdeu a eleição para Jader Pimentel que havia trocado a ARENA pelo Partido Democrático Brasileiro (PDT – 1993-1997), uma versão crítica do antigo regime militar e ligado nacionalmente ao Leonel Brizola, que era governo gaúcho e havia sido perseguido pela ditadura militar, com perda de mandato e exílio político.
Uma nova situação politica se fez com a eleição de Maria Hailéa de Araújo (Lea) Toscano (PMDB/1997-2000 e de 2000-2004), primeira mulher eleita e reeleita para a prefeitura de Guarabira, com o total apoio dos paulinos. Depois de 2001, com o rompimento das oligarquias Targino Maranhão e Cunha Lima (PMDB) em escala estadual, essa cisão afetou as relações oligarquias também em Guarabira, pois os toscanos também rompem com os paulinos e seguiram o grupo Cunha Lima que entraram no Partido Democrático Social Brasileiro (PSDB).
Na sequência de disputa pelo poder municipal, o grupo Paulino elegeu Maria de Fátima de Aquino Paulino (PMDB – 2005-2008 e 2009-2012), eleita e reeleita, tornando a oligarquia Paulino/Aquino a que mais governou o município de Guarabira, desde a época das intendências e nomeações indiretas, até os dias atuais. Se fizermos um quadro das oligarquias dos Aquino e Paulino, juntos somam duas décadas de domínio da política de Guarabira (Quadro 01):
QUADRO 01 – PRINCIPAIS OLIGARQUIAS DE GUARABIRA NO PODER
OLIGARQUIAS | PERIODOS À FRENTE DO PODER EXECUTIVO | DURAÇÃO NO PODER |
AQUINO | 1921/1923; 1940/1942; 1946/1947 e 1955/1957 | 11 anos |
PIMENTEL: | 1912/1915; 1946/1946; 1963/1969; 1973/1976 e 1993/1996. | 20 anos |
PAULINO: | 1977/1982; 1989/1992; 2005/2008 e 2009/2012 | 12 anos. |
TOSCANO: | 1983/1988; 1997/2000; 2001/2004 e 2013/2016 (atual) | 13 anos |
Fonte: Organizado pelo autor, a partir de dados históricos referendados.
Das quatro principais oligarquias que já governaram Guarabira e ainda possuem remanescentes familiares nos governos e no poder legislativo local, se juntarmos as famílias Aquino e Paulino, em função das ligações familiares matrimoniais, chegaremos a mais de duas décadas. Outro aspecto a considerar é que se caso os toscanos indiquem alguém da família para Sucessão de Zenóbio Toscano, em sendo eleito/a, os toscanos poderão atingir 17 anos no poder. Para evitarmos imagens pessoais, optamos por expor aqui apenas os brasões das famílias, em respeito ao legado histórico, independente das posições de poder que alguns membros assumiram em diferentes momentos da vida política local (Figuras de brasões):
Para fazermos justiça histórica aos políticos de Guarabira, a família Pimentel foi a que mais tempo passou no controle do poder executivo local e se consideramos as alianças políticas feitas entre essas oligarquias como garantia de poder paralelo e parcial, todas as oligarquias já se misturaram para governar em uma verdadeira política de revezamento dos grupos. Uma sincronia que até parece combinada, onde as brigas históricas entre as famílias existem como uma espécie de “teatralização política”, da qual o povo participa como massa de manobra, torcida organizada, que trabalha nas eleições em troca de migalhas ou favores políticos, com um carguinho de 5º escalão nos órgãos públicos municipais, que respingam diretamente em órgãos do governo estadual, caso um dos grupos seja aliado direto do governador de plantão.
E importante registrarmos que a oligarquia dos Toscanos é muito tradicional e forte em várias regiões do Brasil, oriunda de território italiano da região Toscana em termos políticos é muito nova em Guarabira, aparecendo no cenário político basicamente por intermédio da Oligarquia Paulino, com o racha entre as duas famílias por volta de 2001, os paulinos dão a entender que houve uma traição política dos toscanos ao grupo do PMDB. Esse argumento é facilmente intendido em entrevistas do Ex-governador Roberto Paulino ao afirmar que os toscanos só governaram Guarabira, depois que tiveram o apoio dos paulinos e dentro do tradicional PMDB, partido que elegeu o maior número de prefeitos do período democrático e por eleições diretas e pela “vontade popular”, como argumenta o político Roberto Paulino.
É importante registramos que vários políticos ligados a estas quatro oligarquias, já chegaram a assumir mandatos parlamentares na Assembleia Legislativa estadual, Câmara Federal e no caso do Ex-governador Roberto Paulino, que foi o político local que atingiu o maior cargo executivo, como Vice-governador e depois assumiu o cargo de governador, na chapa do também ex-governador José Targino Maranhão (PMDB – 1999 a 2002). Outro exemplo de influencia em governos estaduais foi o do Deputado Estadual Zenóbio Toscano, que chegou a assumir a Secretaria de Infraestrutura da Paraíba, durante os governos de Ronaldo Cunha Lima, Cássio Cunha Lima e no primeiro governo de Ricardo Vieira Coutinho, chegou a assumiu a direção da Empresa Paraibana de Gás (PBGÁS). Isso demonstra que o poder local sempre esteve de certo modo, atrelado aos interesses estaduais, em que as famílias sempre ocupam importantes cargos, não apenas na esfera municipal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Feita essa exposição histórica acerca dos grupos oligárquicos que já estiveram no poder local, ou estadual, bem como, alguns ainda permanecem claramente no controle da vida pública local, gerenciando milhões de reais em recursos dos tesouros: nacional, estadual e municipal, justifica o quanto esse jogo político superficialmente democrático, aparentemente festivo e de uma disputa do jogo democrático, em que poucos são os escolhidos para participar da festa, impede que outras forças políticas se aproximem da gestão pública local. O que de fato esta em jogo, não é o controle administrativo de uma prefeitura, existem muitos mais e maiores interesses em jogo.
Grupos empresariais financiam as campanhas milionárias para um prefeito e vice-prefeito, milhares de reais são gastos para uma simples candidatura de vereador, em que, sempre estão colocados entre os 10 ou 15 primeiros lugares, alguns sobrenomes familiares ou algum candidato completamente comprometido com essa ou aquela oligarquia, com esse ou aquele grupo político estritamente oligárquico. Raros são os candidatos de dentro da população pobre, raros são os eleitos que pertencem a uma classe de trabalhadores.
Cria-se uma falsa ideia de que se trata de uma política apaixonada, como se fosse uma cultura de cordões azuis e encarnados, disputando a simpatia do público em uma festa religiosa de “Lapinha”. Ou algo como o bumba meu boi da Ilha de Parintins (Amazonas), em que um é garantido (vermelhão) e outro e caprichoso (Azulão), disputando as melhores fantasias, alegorias e passes de danças.
Se quiserem outras alegorias, vamos para torcidas de futebol, em que os times, Flamengo X Vasco, se enfrentarão em uma partida clássica no Maracanã. Então, se estabelece uma ideia de “rivalidade sadia” entre os torcedores, abre-se uma bolsa de apostas populares, em dinheiro, objetos de valor e até mesmo animais de estimação são colocados nas apostas, em que são apresentados placares em número de votos que cada candidato poderá obter.
Talvez em uma analogia mais infantil, podemos pensar em um “cabo de guerra”, em que os dois grupos esticam a corda ao máximo de suas forças para ver quem consegue desestabilizar o outro, dentro de uma arena delimitada por um risco e, perde o grupo que se desequilibrará. Nessas horas, vale xingamentos, provocações, empurrões e todos os tipos de manobras e astúcias que cada grupo tiver em mãos para usar contra o seu oponente.
Terminadas todas estas "brincadeiras", com as coisas sérias da vida pública com essas disputas, o grupo vencedor passa de 4 a 8 anos fazendo quase nada que beneficie o público, arruma todo tipo de vantagem para os seus familiares e aliados próximos.
O Grupo perdedor se resigna a esperar, pois sabe que também chegará a sua vez. Sempre que pode, usa seus aliados inconformados ao denuncismo, às críticas e muitas vezes aos ataques pessoais, se possível através de algum meio de comunicação, que pertence aos mesmos grupos que disputaram aquela brincadeira de ganhar ou perder a eleição.
Nos quatros cantos da cidade, iremos ver lamentações e defesas. Um grupo ataca o eleito e lamenta a falta de obras, a falta de cuidados com a cidade e os cidadãos. Do outro lado, aqueles que receberam um carguinho qualquer ou tem algum familiar “mamando” e sem concurso em alguma repartição, defende com “unhas e dentes” aquele gestor de plantão.
Sempre aparecem aqueles que aparentam neutralidade para defender a tese de que isso nunca mudará, de que o povo é o culpado por esse jogo político, etc. e tal. Que as pessoas se vendem por um saco de cimento, ou por um milheiro de tijolos e que os vereadores são todos uns "paus mandados". As críticas e comentários não passam dessa falácia lamentável.
A questão central agora é entendermos que, o povo não é e nunca foi culpado pelo que acontece na política local. Na verdade, existe uma longa história de compra de votos, de voto de cabresto e de votos assistencialistas, instituída pelas oligarquias brasileiras há séculos. Um esquema de falsos favores, de falsas promessas e apadrinhamentos temporários que impedem as pessoas de um amadurecimento mental sobre as questões políticas as quais estão atrelados.
Se o poderio econômico das oligarquias funciona há séculos, se existe um verdadeiro aprisionamento das pessoas, pois cargos de baixo escalão, em troca de misero salário e da fidelidade política aquele oligarca no poder, como se libertar desse jogo sujo e de azar, pois ao final o povo sempre sai perdendo?
Abro um parêntese para a ideologia de que perder nesse jogo é algo inaceitável para os eleitores menos esclarecidos. Como me disse um dia desses o poeta e músico Arthur Silva, as pessoas estão tão presas a esse esquema perverso que não querem votar naquele candidato que acham que vai perder e, na maioria das vezes, perdem por votar naquele candidato que distribuiu mais dinheiro, mais tijolos, mais feiras, mais remédios, mais “promessas”, mais “santinhos”. Então, o perder nesse caso é matematicamente simples. Tudo aquilo que o político corrupto deu em troca do seu voto, ele vai tirar triplicado, pois terá que dividir com esse ou aquele empresário corrupto, que financiou a campanha do político vitorioso.
O preço para esse tipo de politicagem é bastante elevado, pois em todas as eleições são três ou quatro meses de festa e quatro anos de lamentação, de falta de investimentos na coisa pública, de denuncias e escândalos, por desvio de dinheiro, por contratações e licitações irregulares, com obras superfaturadas, com serviços públicos de péssima qualidade, entre milhares de outras mazelas que a cena política local representa para a grande maioria dos eleitores, que não é total, pois uma minoria se deleita com os recursos e espaços de poder republicanos conquistados pela lógica da corrupção.
O desafio é superarmos essas contradições, dando um salto mental em nossos atos cotidianos. Vamos começar a pensar que os 15 vereadores do município de Guarabira precisam assumir o compromisso com o povo que votou nele. Com a população, pois foram eleitos para fiscalizar o executivo, para cobrar do executivo, para apresentar projetos e exigir que o prefeito execute as obras previstas. Os vereadores foram eleitos para legislar em causa do povo, nunca em causa própria. Então meus camaradas, nesse quesito, precisamos fazer uma limpeza geral nessa Câmara de vereadores, pois do contrário não adianta trocar de prefeito, esse jogo de azar de tirar um vermelhão e botar um azulão ou vice versa, de nada adianta com uns vereadores comprometidos apenas com os seus interesses e os interesses do prefeito que se elegeu, como faz a sua família há décadas.
Para vereador é preciso votar em pessoas ou partidos que não estejam nesse esquema viciado, então, não vendam os seus votos para vereador por dinheiro nenhum, pois vereador que sai comprando voto é bandido da pior espécie. Quando chegar à Câmara, vai armar uma quadrilha, com outros para extorquir o prefeito, em troca da aprovação de projetos, logo, fica preso aos interesses daquele oligarca da prefeitura.
Se o cara vier comprar seu voto, e se você for corajoso, grave, filme e entregue uma cópia para a justiça eleitoral. Se não tiver essa coragem toda, “você já sabe o que fazer”, para que ele não possa comprar o voto de outro eleitor. Têm candidato a vereador que nessa época se traveste de Santo, de religioso, mas depois de eleito, só atende as demandas exclusivamente familiares, assessorias e cargos dos melhores é pra família, às vezes deixa de fora até os seus mais fieis cabos eleitorais.
Atentos, pois alguns são empresários travestidos de democratas e populares, compra seu voto e depois que você precisa de uma ação em defesa da sua comunidade, da sua classe, ele lhe diz logo, - “O que eu podia lhe dá já dei na época da eleição”. Nesse caso, escolha vereadores de sua classe social e de partidos que sejam independentes, que não entrem em coligações alimentadas com o desvio de dinheiro público.
Quanto aos candidatos para prefeito, veja a história dos candidatos, conte quantas vezes ele já foi prefeito, quantas vezes a mulher dela já foi prefeita, o filho ou a filha dele já foi prefeita, ou vereador/a, ou deputado/a. Às vezes aparece um genro ou uma nora dele se passando por novidade, até mesmo um fiel assessor de longas datas, pois existe um limite de dois mandatos por família, exatamente para evitar vícios e esquemas de corrupção.
Tomadas estas precauções, não preciso lhe dizer mais nada, pois todos estes prefeitos ou prefeitas e familiares que já passaram pela prefeitura de Guarabira, fizeram péssimas ou fracas administrações. Digo sem medo de errar, pois as obras que por aqui aparecem, foram feitas diretamente com recursos do governo federal, ou diretamente com nossos impostos. Obras que na placa custam cinco ou seis milhões e na prática gastou-se um ou dois milhões e se desviou a outra parte, pode ficar certo/a que seu dinheiro foi para o ralo da corrupção, com seu aval, pois você o elegeu.
Veja o tamanho dos partidos, partidos grandes, com fortes estruturas, vá ver e existem grandes empresas e empresários financiando estes partidos. Grandes estruturas de campanha, palanques gigantescos, com milhares de bolas de festa. Lembre-se do aniversário de sua filha, como aquelas centenas de bolas ficam caras, imagine agora milhares de bolas, para cada grande comício? Muito material de campanha sendo derramado pelo meio das ruas, grandes placas de propagandas, outdoors gigantes em pontos estratégicos da cidade.
Vamos para grandes arrastões, para vermos quem bota mais gente? Começa logo com a distribuição de um “kit Montilha/Coca-Cola”, galões da “cachaça batizada”, vindas direto do engenho e ainda saem deixando nas esquinas, montando esquadrões, com uma batucada, bandeiras e tudo mais. “Tudo financiado pelo candidato a Vereador Biu da botija”, que recebeu uma herança, que desenterrou umas joias da família e esta investindo na campanha.
Se for uma carreata, veja como “surge do nada”, várias ordens de combustível, aqueles postos estratégicos fazem fila de carro e moto, quem está bancando tudo isso? Esses grandes partidos sempre estão ganhando as eleições, pois são viciados e profissionais, contratam logo uma equipe de Marketing, o mais caro marqueteiro, contrata um instituto de pesquisa, compra jornalistas e radialistas para que façam análises de conjuntura, de quem pode esta na frente, de quem pode ganhar com tal ou qual vantagem.
Então meu companheiro e minha companheira, esse é um esquema secular de campanhas, que mudou basicamente a forma e os materiais, mas no fundo no fundo é a mesma, surrada e velha política das oligarquias que matam e morrem, mas não querem deixar o poder por nada nessa vida.
Especializaram-se nesses esquemas de usar o povo como massa de manobras. Profissionalizaram-se na política e seus partidos e suas famílias são verdadeiras empresas de fazer política e políticos, por que não dizer verdadeiras máfias, que saem comprando partidos pequenos ou legendas de aluguel para dizer que é: “coligação em nome do povo”; “Coligação da vontade popular”; “Coligação povo de futuro”; “Coligação pelo bem de todos”, entre outras mentiras que ludibria as pessoas de bem.
Ano após anos, vemos partidos políticos de esquerda, sérios e independentes se apresentando com uma nova forma de fazer política, totalmente contrários aos esquemas viciados desses grandes partidos, então algum eleitor diz: “-Eu não vou votar, por que esse candidato não vai ganhar e eu não quero perder meu voto”. Aí, vai e vota naqueles candidatos que acha que vão ganhar, e eles realmente vencem a eleição. Então concluo dizendo que você acabou perdendo seu voto do mesmo jeito, ou pior ainda, pois já tinha indícios de que aquele político era “macaco velho”, que já havia “enfiado a mão em cumbuca” e era viciado em esquemas de corrupção.
Com exceção de uma minoria ainda muito jovem, que talvez ainda não compreenda a complexidade do que esta por dentro da politicagem e dos politiqueiros, todos nós sabemos exatamente o que é, e compreendemos como funciona. Então, não podemos ser apenas espectadores ou coadjuvantes da cena política, apenas em períodos eleitorais. Precisamos ser protagonistas da nossa vida política, pois a política interfere diretamente na qualidade de nossas vidas, nos rumos da nossa economia, nos investimentos ou não, em saúde, educação, segurança, moradia, transportes, cultura, lazer e até mesmo nas condições ambientais de nossa cidade, de nosso estado e do nosso planeta. Seja um ativista político, fortaleça as menores forças que tentam mudar essa lógica perversa de políticos corruptos.
Fontes de Pesquisa:
COELHO, Cleodon. Guarabira através dos tempos. Guarabira: Nordeste. 1975.
FOULCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro/RJ: Graal, 1982. (file:///D:/Documentos/UEPB/Downloads/Microfsica%20do%20Poder.pdf).
MELO, José Octávio de Arruda. Guarabira: democracia, urbanismo e repressão 1945-1965. João Pessoa: União, 1997.
MELO, José Octávio de Arruda (org.). A Paraíba das origens à urbanização. João Pessoa, Editora Universitária, 1993.
MELLO, Moacir Camelo de. Itinerário Histórico de Guarabira, João Pessoa. 1999.
MELO, José Octavio de Arruda. HISTÓRIA DA PARAÍBA: Suas lutas e resistências. João Pessoa: Editora União, 1997 (http://www.ebah.com.br/content/ABAAABMVMAF/historia-paraiba-jose-octavio).
SOARES, Vera Teixeira. Coronelismo e Oligarquias - 1889 – 1934. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
www.grandesimagenes.com
outraspalavras.net
hiltonfranco.com.br
oourico.blogs.sapo.pt
entracossaco.wordpress.com
https://www.google.com.br/brasões/...
http://martinhoalves.blogspot.com.br/http://historiadaparaiba.blogspot.com.br/2007/12/guarabira_21.html
http://www.brasilescola.com/sociologia/democracia-oligarquia.htm
http://www.dicionarioinformal.com.br/oligarquia/
http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/BRITO,%20Eug%C3%AAnio%20Toscano%20de.pdf
http://historiadaparaiba.blogspot.com.br/2007/12/repblica-na-paraba.html
http://placar.eleicoes.uol.com.br/2012/1turno/pb/guarabira
http://portalcorreio.uol.com.br/politica/politica/legislativo/2012/12/06/NWS,217477,7,201,POLITICA,2193-CAMARA-DEVOLVE-MANDATO-PARAIBANOS-CASSADOS-PELA-DITADURA.aspx
Quarta-feira, 15 de Julho de 2015
Fonte da imagem: www.bandeirasnacionais.com
Artigo de: Joana Belarmino de Sousa*
No domingo, tal como devem ter feito milhões de pessoas no mundo todo, sintonizei-me com a Grécia e com a difícil missão do seu povo, que teria de escolher entre dois caminhos, cada um deles tão difícil quanto o outro, com seus abismos, sua impossibilidade de desvios alternativos, seu conjunto de inevitabilidades. Como milhões de pessoas no mundo todo, torci pelo “Não”, e divulguei nas redes sociais, as tags dessa torcida, enquanto acompanhava pelos principais portais de notícias, as repercussões daquele acontecimento. Festejei a vitória retumbante do “Não” grego, ciente da impossibilidade de compreender o tamanho do sacrifício que o caminho escolhido imporá aos cidadãos daquele país, ciente da imensa distância existente entre esta minha precária solidariedade e a real situação de sofrimento vivida pela Grécia, com todas as suas terríveis nuances, as quais somente podemos assistir de muito longe. De fato, para qualquer lado que se olhasse, na terra de Platão e de Sócrates, havia um cenário sombrio a ser contemplado. O não, entretanto, era por assim dizer, o salto mais arriscado. Aquele que colocaria a Grécia no topo de uma montanha, pavimentada toda ela por um caminho de solidão, isolamento, abandono dos trilhos do mundo exterior e do capital internacional. O não envolvia porém, a coragem de milhões de gregos que já haviam desafiado um processo eleitoral anterior, colocando nas mãos de Alexis Tsipras, os destinos do país para os próximos anos. Assim, ouso dizer, o “não” fez mais pela Grécia do que faria o “sim”. Ao mesmo tempo em que expôs ao mundo, o âmago da terrível crise que assola o país, obrigou que o grupo dos seus vizinhos, a Europa toda, representada pela Troika, constituída pela União Europeia, o Banco Central europeu e o FMI, se voltassem para uma compreensão mais aguda dessa crise, que não é apenas da Grécia, mas se gesta na própria forma como se dão os financiamentos das dívidas dos países hoje dependentes do capital mundial. A agonia prossegue, agora com as diversas negociações. Dentro da Grécia entretanto, enquanto tenta adaptar-se ao limitado mundo das contenções, das dificuldades, dos carecimentos, o povo grego alimenta-se da esperança no seu líder maior, Alexis Tsipras, e na possibilidade de construírem um futuro mais digno para o país. Sim, a crise grega é, em larga medida, uma amostra dos caminhos que temos palmilhado ao sabor das diretrizes do capital mundial, cuja acumulação, com predomínio na financeirização do próprio capital, assume proporções inaceitáveis, ameaçando o futuro da própria globalização. Nenhum país pode-se dizer imune à situação de crise que assola o mundo. Mas há que se compreender porque estamos caminhando inevitavelmente para uma posição tão perigosa. Precisamos escutar o que tem nos dito David Harvey, em sua aguda crítica ao sistema capitalista e aos movimentos das suas últimas décadas, que nos trouxeram a esse perigoso agora. * Joana Belarmino de Sousa - Doutora em Semiótica pela PUC/SP, profa. de Teoria da comunicação da UFPB. Fonte: http://barradosnobraille.net/2015/07/07/a-forca-do-nao/ em 7 de Julho de 2015
Quarta-feira, 3 de Junho de 2015
|
Fonte da imagem: http://www.brasilpost.com.br/2014/06/26/ |
GEOPOLÍTICA AMERICANA NAS ENTRANHAS DA FIFA: os Estados Unidos da América (EUA) entenderam que o futebol movimenta trilhões de dólares em todo o mundo.
Por Belarmino Mariano Neto
“Rompendo seu histórico desprezo pelo futebol, os norte-americanos finalmente se apaixonaram pela Copa do Mundo. As partidas da seleção dos EUA batem recordes de audiência na TV, superando esportes tradicionais no país como o beisebol. Movimentos populares pressionam a Casa Branca para decretar feriado nos dias de jogos. Notícias sobre a Copa dominam as manchetes de jornais e revistas. E a classificação de hoje para as oitavas de final marca a virada definitiva: a audiência foi tamanha que chegou a derrubar o site da ESPN norte-americana. O "soccer" caiu, de uma vez por todas, no gosto do grande público nos EUA” (http://www.brasilpost.com.br/2014/06/26).
Será que esta imagem estampada no The New Yorker revela que os norte-americanos vieram para a Copa do Mundo no Brasil e se apaixonaram de vez pelo futebol? Mas, para além das copas passadas e por vir, o que de fato me animou para escrever esse artigo foi exatamente a intervenção do FBI e a prisão de dirigentes da FIFA; a realização das eleições da FIFA e em seguida e renuncia do Suíço Eleito Joseph Blatter. Ele terá culpa no cartório? Ou foi uma orientação do permanentemente neutro governo Suíço?
O mundo todo se pergunta: Qual o interesse dos Estados Unidos em intervir diretamente na FIFA, através do FBI e com o apoio direto das agencias de segurança da Suíça? Outras questões podem nortear essa analise geográfica de perspectiva geoestratégica. O mundo encurta sua expectativa temporal e fica demonstrado claramente que os megaeventos internacionais estão se tornando um grande negócio em curto e médio prazo. Então em 2018 teremos a Copa do Mundo na Rússia e em 2022 será a Copa do Mundo do Qatar. Então temos quase uma década pela frente, em que trilhões de dólares correram para territórios que não estão na escala de interesses norte-americanos. Diga-se de passagem, temos de um lado o mundo árabe e do outro, resquícios do sonho socialista que marcou profundamente a “Guerra Fria” e a velha ordem Geopolítica. Esse é o desenho de fato, esquadrinhado pelos dirigentes da FIFA e que estrategicamente desagradou os Estados Unidos, que começou a se interessar pelo mundo do futebol.
A bola escolhida para provocar uma crise nesse mundo futebolístico foi exatamente o que melhor caracteriza seus dirigentes maiores. A corrupção, os contratos bilionários, as compras de liberações, os negócios escusos cotidianamente praticado nesse mundo do futebol e ao qual ficamos conhecendo mais diretamente, pois o Brasil foi sede da ultima copa do mundo. O Brasil deu exemplo de que corrupção na organização da copa foi escandalizada em todos os pontos cardeais desse país. Para a realização da copa do mundo no Brasil, foram alteradas até leis na Constituição; foram abertas as porteiras dos negócios e as regras do jogo da corrupção facilitadas.
Os movimentos sociais foram às ruas e protestaram contra esse jogo sujo, dizem até que houve interferência de grupos organizados patrocinados para expor uma violência nas ruas. A gente ainda fica se perguntando, se de fato houve conspiração contra a Copa no Brasil? Se havia o dedo dos Americanos para provocar um fiasco de evento. Ficou claro que havia dois grupos nas ruas. Aquele historicamente reconhecido como de esquerda e que lutavam contra a corrupção, contra as obras faraônicas da copa, enquanto faltava saúde, educação e segurança para o povo; e havia também um grupo de direita que orquestrava uma campanha contra o governo petista que ao lado da CBF e da FIFA organizavam a dita copa. Não há dúvidas de que, em meio às manifestações, surgiu uma onda de violência orquestrada, não se sabe por quem, uma espécie de tumulto e violência para além do tolerável, meio que tentando, através do vandalismo, melar o grande evento mundial.
O site da BBC destaca que os norte-americanos se apaixonaram pelo futebol e pela Copa do Mundo no Brasil e este foi o segundo pais que mais comprou ingressos e veio ao Brasil. Mas as audiências da Copa foram altíssimas em todo o país. O site ainda falou sobre a dança dos milhões de dólares que foram movimentados para retransmissão de futebol nos Estados Unidos, nas duas ultimas copas do mundo e faz previsões para os anos de 2018 e 2022, nesse mercado bilionário, talvez os norte-americanos estejam acordando para as perdas que já tiveram até agora, enquanto o povo americano começa a se deleitar com uma paixão há muito tempo vivida pelos brasileiros.
“A ESPN pagou cerca de US$ 100 milhões (R$ 220 milhões) pela retransmissão em inglês das Copas de 2010 e 2014 nos Estados Unidos, enquanto que o canal em espanhol Univisión, voltado para a comunidade hispânica, desembolsou US$ 325 milhões (R$ 726 milhões) pela exclusividade das imagens Mundial em espanhol, revelou a revista Forbes. (...) Trata-se de um crescimento considerável frente aos US$ 22 milhões (R$ 49 milhões) que a ESPN pagou pelos direitos do Mundial da França em 1998, o primeiro transmitido em sua totalidade em território americano. E muito menos do que os US$ 425 milhões (R$ 950 milhões) que a Fox pagará pelo direito de transmitir os torneios de 2018 e 2022”(http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/06/).
Talvez ai esteja uma das reais motivações norte-americanas em atacar diretamente alguns dos corruptos dirigentes da FIFA, nas vésperas de seu congresso mundial e das eleições para os dirigentes da entidade. São milhões em jogo, são grandes negócios que estão em jogo, uma fatia do mercado mundial do futebol, que efetivamente não passava por dentro da economia norte-americana.
Nos Estados Unidos, o mundo do futebol é tão corrupto quanto em qualquer federação estadual, de países do futebol como o Brasil. E não se enganem, pois o FBI começou o trabalho de combate à corrupção no futebol, fazendo o dever de casa. Prendeu dirigentes da federação americana de Futebol, ofereceu a delação premiada e aos poucos criou as condições geoestratégicas necessárias, que foram camufladas por uma falsa legalidade típica dos interesses geopolíticos norte-americanos. Agora estamos diante de um paradoxo, pois parece existir uma ação legal dos Estados Unidos, razão pela qual, não houve reação do mundo as suas iniciativas em prender dirigentes, vasculhar equipamentos eletrônicos, documentos e efetivamente passaram a arbitrar os rumos do mundo do futebol, assim mesmo, da noite para o dia.
Os USA como uma grande potência em todos os setores da economia e do esporte mundial (basquete, beisebol, futebol americano, etc.) teimava em ignorar o mundo do futebol de 11 contra 11. Insistia em não demonstrar interesse pelo tema. Achava que esse esporte não caberia na vida nacional americana. Podemos dizer que houve um erro em não valorizar o esporte, que no mínimo, não perceberam que esse tipo de jogo eminentemente coletivo já era paixão nacional em dezenas de grandes nações. O futebol é um dos esportes coletivos que estão nos jogos olímpicos desde 1908, e mesmo assim, os governos americanos nunca incentivaram o esporte naquele país. Hoje eles sabem muito bem que o futebol movimenta trilhões de dólares todos os anos e os grandes eventos internacionais mexem com milhares de grandes negócios. Agora, se revestem de uma moral semelhante a que utilizam na esfera da ONU, para tentarem influir em uma organização, na qual eles não apitavam em nada, até então.
Os interesses dos Estados Unidos da América estão para além de questões da corrupção no futebol, ou na FIFA e em suas Confederações e Federações espalhadas por todo o mundo. O jogo de poder é geopolítico e com vistas ao futuro desse esporte e dos seus grandes negócios. Vejam as negociações bilionárias que eles denunciaram em empresas que fabricam materiais esportivos nessa área, ou os grandes negócios que ocorrem por dentro dos meios de comunicação para a transmissão de jogos em diferentes partes do mundo, em especial, na América Latina. Vejam que as confederações e federações diretamente atacadas foram justamente daqueles países sem força geopolítica efetiva, tanto na América do Sul e Central (não estamos aqui, querendo redimir os dirigentes corruptos existentes nesses países, a exemplo do Brasil, que já eram motivo de pedidos de CPI).
Veja o envolvimento de países como Espanha, Itália, Alemanha e Reino Unido com o mundo do futebol. Estes países sozinhos investem bilhões de euros todos os anos com o futebol. Nos grandes clubes europeus são gigantescas as empresas que mobilizam milhões de pessoas, como sócios torcedores. Sempre são destacados os melhores jogadores do mundo todos os anos, saindo de times europeus, com a compra internacional de passes, seja de jogados sul-americanos, africanos entre outros. Na atualidade, a China se destaca com o investimento pesado em times de futebol; o mundo árabe faz o mesmo, enquanto que o Japão e a Coreia do Sul já faz isso há décadas. Então, os Estados Unidos, tardiamente, tentam entrar nesse mundo, ao seu modo, com ações geoestratégicas, pois assim, suas empresas seguirão as tendências desse mercado bilionário.
Parece que alguns países não estão querendo se indispor com a geopolítica americana e aos quatro cantos do mundo, acompanhamos os governos ou os entes das federações de futebol e até mesmo as empresas envolvidas com este mundo da bola, declararem que estão dispostas em colaborar com as investigações, que concordam com as ações do FBI para esclarecer e se existirem irregularidades, que estas sejam expostas e os culpados paguem pelos seus atos de corrupção.
Ficam as perguntas no ar: Agora com a vacância do cargo, será que viveremos uma FIFA aos moldes da ONU, nessa relação das grandes organizações mundiais que rezam na cartilha geopolítica dos USA? Será que o imperialismo Norte-Americano chegou a sua ultima fronteira capitalista com sua exitosa intervenção na FIFA?
Referências:
http://www.brasilpost.com.br/2014/06/26/estados-unidos-futebol_n_5534583.html
http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2015/05/29/especialista-alerta-sobre-reais-interesses-dos-eua-em-operacao.htm?fb_ref=Default
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/06/140610_wc2014_eua_futebol_lgb.shtml
Fonte da imagem: ecologiaurbanacwb.blogspot.com
Por: Belarmino Mariano Neto
Início, meio e fim. Estou aqui diante de três coisas. Tendo que começar a dizer sobre um tema que vem se tornando cada vez mais banal no meio de um verdadeiro bombardeio de informações sobre a importância de preservar a natureza e muito preocupado com o fim de tudo isso, pois enquanto as pessoas falam ou discutem o meio ambiente, muitos estão com o cigarro aceso ou acabaram de jogar o papel do bombom pela janela (MARIANO NETO, 2001).
A partir de agora, centralizarei meu texto nos elementos da informação ambiental como uma das marcas do atual estágio de globalidade pela qual passa e vive o humano em seu presente. A ideia é relacionar a linguagem como elemento envolvente dos sistemas de informações e da própria ciência que até certo ponto se torna refém do discurso e da representação.
Fonte da imagem: www.radioaustralia.net.au
A informação ambiental como banalidade do discurso é uma tentativa de conectar os limiares da pós-modernidade com a informação, seus veículos em rede e todo o emaranhado de contradições do presente.
Vivemos o paradoxo da pós-modernidade em que a linguagem, a informação ou o discurso ocupam o centro da ciência. A linguagem é a ponte na criação das relações. A teia com os outros mundos e o espaço do dizer e da produção cultural. A informação passou a ser o elemento de maior importância para o mundo contemporâneo. Um mundo visual que produz a consciência da sensibilidade, o conhecimento dos primórdios e do essencialismo e as imagens construídas pela vida de cada pessoa.
A linguagem constrói ciência, (des)constrói o censo de verdade ou de realidade alimentando ideias e utopias. A linguagem cria condições, quebra fronteiras e desafia a constante ideia de ponto final. A capacidade cultural e tecnológica de dizer, de falar, de escrever, de informar e de estabelecer conexões intervencionando a lógica do tempo e do espaço, abrindo portas para a tele distância na arte da ideia do humano como sendo um programa de palavras ditas, não ditas e por dizer.
Se a espécie humana ainda precisa de uma alavanca para modificar o mundo. Modificar, não. Para salvar o mundo, ela já reencontrou. Essa ferramenta, usada e demonstrada com competência pelos cinco mil jornalistas que fizeram a cobertura da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10, em Johannesburgo, na África do Sul, tem um novo nome: informação ambiental (FIRMINO, Hiram. p. 06, 2002).
A grande questão é: até que ponto a totalidade da informação ambiental tem surtido algum efeito real nas atitudes humanas, em seus Estados, governos, sociedades e empresas? Sem sombra de dúvidas, a informação ambiental foi totalmente democratizada. Internet, televisão, vídeos, rádios, revistas, jornais, folhetos, etc.
Fonte da imagem: virusplanetario.wordpress.com
São produzidos diariamente com temas que estão relacionados com o meio ambiente e sua preservação. Já somos mais de 6,8 bilhões de seres humanos, e de um jeito ou do outro nos chega a informação ambiental.
Mas, até que ponto, nós nos importamos com estas questões a ponto de mudarmos de atitudes? É claro que a consciência não se faz num dia, mas no dia da consciência de cada uma destas são questões relevantes para o momento pelo qual passa a humanidade.
Estou percebendo que o problema não é de (cons)ciência – conhecimento. A questão maior é que existe uma poluição informacional em todos os sentidos. A massificação da informação ambiental é acompanhada de uma massificação ainda maior do consumismo.
Ao lado de uma informação do tipo defenda a natureza, temos dez informações sobre compre, compre, compre, consuma, consuma, consuma, compre, consuma, compre, consuma, compre. A sociedade de mercado monopolista e de consumismo a qualquer preço já descobriu as marcas ecológicas, que geralmente também são dez vezes mais caras. Já temos nos supermercados seções inteiras de produtos ecologicamente corretos: café ecológico, açúcar de demerara e mascavo, açúcar orgânico claro, arroz integral e ecológico, verduras orgânicas e sem agrotóxicos, etc. Estas marcas disputam espaço com os ligths, dietéticos, transgênicos, enlatados, estabilizados, e todas as "marcas envenenadas e turbinadas" do mercado tecnológico dos alimentos.
Firmino (2002) acha que, se continuarmos pensando globalmente, mas não fizermos nada localmente, enquanto indivíduos, cidadãos e nação, o fim não será surpresa. A situação do planeta é de alto risco, mas às práticas da superprodução capitalista despreocupadas com os efeitos sobre o meio ambiente nos deixam perplexos, impotentes e alienados de qualquer ação efetiva contra este estado e velocidade destrutiva.
O pior é que as informações ambientais não estão sensibilizando efetivamente a grande maioria das pessoas. Salve a natureza ou a si próprio é algo banalizado em meios aos outros tipos de apelos bombardeados pelo mercado. "Beba coca-cola e salve a natureza ou salve a natureza e será salvo" não estar fazendo muita diferença mesmo. Ninguém acredita, mas acaba tomando coca-cola e esquecendo de salvar a natureza.
Fonte da Imagem: qkantton.wordpress.com
A aparente ação de muitas empresas é de que estão investindo em defesa do meio ambiente, principalmente empresas com elevado nível de poluição.
Fazendo uma meia culpa. Mas no geral continuam com suas atividades a todo vapor. Ou seja, não basta um programa paliativo. O que precisamos é de uma radical mudança de atitudes. Uma sociedade ecológica, uma humanidade ecológica precisa ser em todos os sentidos.
A exploração abusiva dos recursos naturais nos coloca diante de uma natureza fúnebre. A natureza como ambiente dos lugares estragados, a natureza como um depósito de lixo a céu aberto.
A informação ambiental é uma prática que começa a ser especializada pela mídia a partir da reunião do Clube de Roma, anos 70, primeiro passo para a percepção de que os recursos naturais não são renováveis, e que a exploração desenfreada dos recursos renováveis coloca em risco a vida na Terra. Desse encontro tira-se o documento que aponta para o Crescimento Zero.
Onde os países ricos alertando o mundo para os problemas ambientais globais, causados pela sociedade urbano-industrial e crescente dinâmica demográfica dos países subdesenvolvidos, colocam em risco o desenvolvimento econômico e o meio ambiente, especialmente para as nações com dependência tecnológica e atraso econômico que propagam "o desenvolvimento a qualquer custo" (BRODHAG, 1997, p. 49).
Em 1972, a Organização das Nações Unidas – ONU convocou a Conferência de Estocolmo (Suécia), que marcou a mundialização das questões ecológicas. (SENE & MOREIRA, J. C. 1998, p. 407) Nessa "Declaração do Ambiente", são perpassados os primeiros acordes para as preocupações com o desenvolvimento sustentável, com um forte apelo aos direitos fundamentais do homem - vida, liberdade e igualdade de condições em um ambiente racionalmente protegido, onde o desenvolvimento deve ser planejado pelo Estado no sentido de melhorar o ambiente em benefício das populações; fazer uma gestão dos recursos no sentido preservar e melhorar o ambiente, assegurando às gerações atuais e vindouras uma melhor qualidade de vida. Foram aprovados 26 princípios gerais e pouca ação por parte dos diferentes países. O importante é que Estocolmo marcou a visão ecológica global, tendo sido, de fato, uma conferência de caráter planetário.
Na sequência, chegamos à Rio 92, Conferência Internacional da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, com a presença de 106 chefes de Estados ou representantes e mais de 35 mil pessoas. Este encontro resultou na "Agenda 21", com quarenta capítulos, 800 páginas, muitas sugestões e poucos compromissos firmes. Pois este documento não fixou os objetivos, estimativas, custos, nem modalidades. Estamos diante dos fios invisíveis que manipulam as contradições de uma política ecológica mundial (FREIRE, 1992, p.27).
Fonte da imagem: Antes que vire lixo - gaiabrasil.com.br
As ONGs e outros se contrapuseram ao encontro patrocinado pela ONU, mas o que prevaleceu foram as decisões do G-7 (o grupo dos sete países mais ricos) e suas instituições financeiras. Os crimes ecológicos e o modelo de desenvolvimento continuam, apesar do compromisso das nações em gradualmente diminuir tais crimes (BRODHAG, 1997, p.61). O desperdício da sociedade de consumo forma esse novo caldo de cultura, que não é total, mas fragmentado nos indivíduos de cada canto do mundo como em um processo sem fim. Incorporadores de valores, rugosidades, sentidos e ritmos do existir.
Do dia 26 de agosto a 04 de setembro de 2002, em Joanesburgo, na África do Sul, foi realizada a Rio + 10. Uma Reunião da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável. Reuniu mais de 160 chefes de estados, 45 mil delegados e 7 mil ONG’s representantes de 185 países. Em nível de representação internacional, essa foi sem dúvidas a maior conferencia mundial sobre o tema.
Se a Rio 92 nos deixou claro que a natureza é finita, limitada e que funciona dentro de um sistema interdependente e que precisa do princípio do equilíbrio, perguntamos o que de fato os governos, empresas e sociedade civil fizeram para reverter a velocidade de suas práticas econômicas antiecológicas? Estamos diante de uma década da Rio-92. Naquele período vários ecologistas já apontavam para esta situação de descaso com o meio ambiente.
Roberto Freire (1992) divulgou um manifesto intitulado a FARSA ECOLÓGICA. A ECO-92, encontro paralelo ao Rio-92, foi fortemente criticado como divisionismo de radicais. Hoje a gente entende porque a Rio+10 foi um fracasso frustrante. Não só a Rio+10. Tivemos o Protocolo de Kyoto, o Fórum social mundial realizado na África do Sul, a ameaça Norte Americana de guerra aos iraquianos e o descompromisso do Governo Bush e dos seus colaboradores em relação ao meio ambiente. Estes elementos históricos parecem distantes, mas na atualidade, os governos dos países desenvolvidos continuam seguindo o mesmo receituário contra ambiental de a dua década.
Para o Greenpeace, o Rio + 10 pode ter sido a 2ª chance. Será que teremos uma terceira, quarta, quinta chance? Com esse capitalismo turbinado, os impactos locais, regionais, nacionais e globais já estão totalmente sistematizados. O pequeno Rio de minha cidade estar cheio de pneus pirelle, farestone, garrafas pet de coca-cola, latas de óleo da Texaco, Shell e todas as grandes marcas, mundiais.
O Rio de 1992 encontra-se mais poluído, mais violento, mais pobre. Em 2016 teremos os Jogos Olímpicos e o Rio de Janeiro será sede. Entre as exigências oficiais, um grande trabalho ambiental para limpeza da Baia da Guanabara. Efetivamente, não acontecerá como previsto.
A África de 2002, em especial Joanesburgo, não mudou muito a sua situação ambiental. O Rio+10 é a pura constatação de que a agenda 21 foi mais gasto de papel, energia e utopias de um mundo ambientalmente viável, socialmente justo e economicamente sustentável. Reflexo disso é a grave crise ambiental vivida no continente africano, onde epidemias e doenças graves como o ebola assolam grandes áreas do continente.
Fonte da imagem - Natureza morta - moblog.whmsoft.net
Para concluir esse quase manifesto deixo aqui registrado a denúncia, de que no Brasil já existe uma nova indústria parecida com aquela da seca. É a "Indústria Ambiental". Os recursos para salvar os rios, as florestas, os animais, começam a aparecer nas placas dos governos e até empresas privadas, mas o ambiente continua degradado. Entidades estão sendo criadas para defender o meio ambiente, muitos são escritórios para carrear recursos para fins ilícitos. Essa pode ser uma visão pessimista, mas só vejo uma saída: a transformação dessa sociedade capitalista e consumista por uma sociedade ecológica autogestionária. O que chamo de Socialismo Comunitário Ecológico. Ou quebramos essa lógica de destruição socioambiental capitalista ou não teremos futuro ecológico.
Referências:
BOOKCHIN,Murray. Por uma ecologia Social. Rio de Janeiro: Utopia, nº. 04, 1991.
BRODHAG, Christian. As quatro verdades sobre o planeta. Por uma outra civilização. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.
CASTELLS, Manuel. O Poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
FIRMINO, Hiram. A Ecologia do Sapo. In.: JB Ecológico. Rio de Janeiro, nº. 08, 21/12/2002.
FREIRE, Roberto. A Farsa Ecológica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1992.
LEVI, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 2000.
MARIANO NETO, Belarmino. Ecologia e Imaginário – Memória Cultura, Natureza e Submundialização. Joao Pessoa/PB: Editora da UFPB, 2001.
SENE, Eustáquio de, & MOREIRA, J. Carlos. Geografia Geral e do Brasil: Espaço Geográfico e Globalização. São Paulo: Scipione, 2002.
SILVA, T. Tadeu da, HARAWAY, Donna & KUNZRU, Hari. Antropologia do Ciborgue – as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
Sexta-feira, 27 de Março de 2015
Fonte da imagem: Site da editora: http://www.editoraappris.com.br/, 2015.
KANT, KANTISMO E A GEOGRAFIA -Histórias, Percalços e Possibilidades Investigativas (Org.) - VITTE, Antônio Carlos, Editora Appris: Curitiba/PR, 2014.
Resenhado por: Belarmino Mariano Neto.
Esta seção de Resenhas geográficas serve como base para divulgarmos livros relevantes, seja de um autor ou organizado por professores da área de Geografia. Temos uma boa variedade de livros que tratam diretamente da evolução do pensamento geográfico, mas na atualidade e entre os geógrafos brasileiros, vale destacar o trabalho do professor VITTE, Antonio Carlos, do Departamento de Geografia da Unicamp.
Ele conseguiu reunir importantes trabalhos de pesquisadores em diferentes universidades brasileiras. O fino desta obra é o aprofundamento de um autor que era visto preferencialmente como um dos mais marcantes filósofos da modernidade. Pouco era tratado em suas obras acerca da relação de Kant com os princípios elementares que deram origem a geografia cientifica. Então, Vitte conseguiu reunir autores que tratam diretamente dessa relação, Kant e a geografia.
O livro é facilmente comprado através do site da Editora
Appris: http://www.editoraappris.com.br/produto/4291073/Kant-o-Kantismo-e-a-Geografia-Historias-Percalcos-e-Possibilidades-Investigativas - Não fica muito caro, pois custa em média R$: 58 reais, com um frete de aproximadamente R$: 10 reais.
O Livro e seus autores:
O livro foi estruturado em oito capítulos, resultado de diferentes pesquisas, em nível de iniciação científica, programas de pós-graduação em geografia entre outros estudos.
O Capitulo 1, de responsabilidade do próprio organizador, trata sobre a Filosofia e Geografia em Kant, onde o autor foca no principio da causualidade em Kant, buscando fazer uma arqueologia da natureza, chegando as ideias de Kant sobre geografia Física e Geografia Humana.
O Capitulo 2 ficou na responsabilidade de RIBAS, Alexandre Domingues, em que ele trabalhou com os conceitos de Espaço em Kant. O autor consegue responder pela ideia de espaço na gestação da ciência moderna e apresenta uma analise crítica das noções de espaço entre os séculos XVI e , XVII e XVIII.
O Capítulo 3 foi construído SLVEIRA, Roberison Wittgeinstein Dias – O autor apresenta elementos da Filosofia crítica de Kant para a edificação das ciências da natureza. Nesse trabalho podemos ver importantes argumentos sobre a ideia de uma ciência da natureza independente, daí, talvez as bases para uma geografia física.
O Capítulo 4 foi produzido por um amigo de longas datas, o geografo e produtor cultural, SOBREIRA, Antonio Elísio Garcia em coautoria com SPÓSITO, Eliseu Savério. Nele os autores apresentam um ensaio ou uma busca do método cientifico em Kant. É um artigo de reflexão, que os leitores caminham na direção de algumas possibilidades metodológicas, tendo em Kant a linha e a agulha para essa tecedura.
O Capitulo 5 apresenta uma novidade em relação aos vários trabalhos sobre Immanuel Kant. Aqui SENHORAS, Elói Martins, nos convida para uma leitura sobre a ideia de geopolítica ambiental nas relações internacionais a partir do pensamento kantista. A ideia principal foi fazer uma relação entre a geopolítica clássica, e geopolítica internacional e uma ecopolítica ou geopolítica ambiental.
A partir do capitulo 6, começamos a observar que o livro ultrapassa o pensamento kantista puro e são estabelecidas algumas outras linhas de conhecimentos de autores que foram influenciados por Kant, estiveram em fronteiras diferentes ou o influenciaram em suas buscas científicas. Neste capitulo BRANDÃO, Eduardo, nos coloca diante da ideia de ciência, natureza e filosofia em Schopenhauer. Neste capítulo, iremos encontrar um fervoroso debate entre as ideias de Kant e algumas visões opostas defendidas por Schopenhauer. Vale a pena a leitura de uma filosofia que transita de maneira crítica as ideias e fundamentos do pensamento de Kant e a interlocução com as diferentes escolas de pensamento filosófico da época. Como já anunciamos no capitulo anterior,
O Capitulo 7, escrito por RICOTTA, Lúcia, nos leva para o pensamento do geografo alemão HUMBOLDT, Alexandre Von. Aqui ele considerou alguns argumentos sobre a ideia de natureza na perspectiva da estética romântica até chegarmos as formulações efetivamente cientificas.
O Capítulo 8, escrito por BAUAB, Fabricio Pedrosa, voltou-se para os pensamentos do geografo holandês VARENIUS, Bernhardus e sua geografia geral para vermos até que ponto esse pensamento influencia na ideia de espaço em Kant. Podemos dizer que vale a pena conhecermos um pouco desse importante período, que vai entre o começo e meados do século XVII, principalmente com os grandes avanços coloniais da Holanda e com os dados trazidos no novo munda, uma crise do pensamento medieval.
Este é com certeza o livro que apresenta boas novas para o pensamento geografia, considerando sua direta relação com o pensamento filosófico Kant. Considerando que Immanuel Kant, passou mais de quarenta anos, lecionando geografia física para sua cátedra de filosófica, assim, temos que ele foi um grande influenciador do pensamento geográfico. Esta é uma sugestão de leitura obrigatória para todos os estudantes, professores e pesquisadores da geografia, em qualquer uma de suas tendências. Então, uma boa leitura.
Postado por Belarmino Mariano Neto
Fonte: http://observatoriodoagreste.blogspot.com.br/2015/03/resenha-geografica-kant-o-kantismo-e.html
Sábado, 14 de Março de 2015
Fonte: www.doovi.com - Le Brésil, Paul Claval.
São obras abertas como: É geografia, é Paul Claval - UFG, que fortalecem o nosso conhecimento geógrafico. Os organizadores: Maria Geralda de Almeida e Tadeu Alencar Arrais, conseguiram dar conta de reunir artigos e trabalhos de diferentes autores, enclusive do próprio Paul Claval, um dos maiores autores da geografia contemporânea e que, em muito, influenciou as novas gerações de geógrafos brasileiros. As pesquisas em geografias culturais sempre nos levam ao porto seguro dos clássicos da Geografia internacional. Nesse sentido, mesmo que seja em portos de águas brasileiras, encontramos filiados a geografia Paulclavaliana, pois entre os diversos argumentos desse autor é na geografia cultural que ele dedica maior parte de suas obras. Assim convidamos os interessados pela Geografia Cultural para esse passeio acadêmico e boa leitura,
http://projetos.extras.ufg.br/posgeo/wp-content/uploads/2013/09/e-geografia_e-paul-claval.pdf
Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2015
Universidade Estadual da Paraíba – UEPB
Centro de Humanidades (Guarabira)
Departamento de Geografia
Coordenação de Geografia
Prof. Dr. Belarmino Mariano Neto belogeo@yahoo.com.br
Blog: http://observatoriodoagreste.blogspot.com/
Blog: http://olharesgeograficos.blogs.sapo.pt/
Disciplina: Teoria e Evolução do pensamento geográfico
Carga horária de 60 horas aulas – Turma: 2015.1 e 2015.1 (Tarde e Noite)
PROGRAMA DE CURSO
Ementa: Teoria e linguagens geográficas, A geografia enquanto ciência, ramos da geografia, campos de estudo, categorias geográficas, princípios geográficos, evolução do conhecimento geográfico, correntes de pensamento e teóricos, o pensamento geográfico no Brasil.
Objetivo Geral: Compreender os fundamentos teóricos e escolas de pensamento geográfico, considerando a evolução da ciência geográfica.
Objetivos Específicos: Apresentar as principais categorias e princípios geográficos; Expor as principais correntes de pensamento geográfico e suas fundamentações teóricas; Demonstrar as diferentes possibilidades metodológicas para a construção de uma pesquisa geográfica; Discutir técnicas, problemas e objetos que justifiquem a escolha de uma metodologia de pesquisa geográfica.
Metodologia: Orientação e acompanhamento de leituras, debates, seminários, aulas expositivas dialogadas; oficina experimental de projetos de pesquisa e produção de textos/artigos.
Avaliação: sistema contínuo com participação direta, presencial e produção intelectual apresentada de forma escrita ou oral, contextualizada e exposta ao debate/crítico.
Conteúdo Programático
- A construção do Pensamento geográfico: Correntes de pensamentos, fundamentos teóricos e ideologias geográficas; Crise paradigmática do mundo moderno e perspectivas para a pesquisa geográfica; princípios e categorias geográficas.
- A Geografia enquanto Ciência da Sociedade: Origens e pressupostos da geografia, ideologias geográficas, herança filosófica, os fundadores e as renovações do pensamento geográfico.
- Geografia: Espaço, Tempo, Sociedade e Natureza. Os movimentos de renovação da geografia e a geografia crítica.
- Geografia: lugar, paisagem, território, região cultura e ambiente. Princípios, correntes e ideologias da ciência geográfica contemporânea.
Bibliografia:
AMORIM, filho, O. B. Reflexões sobre as tendências teórico-metodológicas da Geografia. Belo Horizonte, ICHS, UFMG, 1978.
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz. Preconceito contra a origem geográfica de lugar – as fronteiras da discórdia. São Paulo: Cortez, 2007.
ANDRADE, Manoel Correia de. Geografia Ciência da Sociedade: uma introdução à análise do pensamento geográfico. São Paulo: Atlas, 1992.
ANDRADE, Manoel Correia de. (Org.) Élisée Reclus: Geografia. São Paulo: Ática, 1985.
ALVES, Giovanni; MARTINEZ, Vinício (Orgs.). Dialética do Ciberespaço – trabalho, tecnologia e política no capitalismo global. Bauru/SP: Editora Praxis (Document Arminda), 2002.
ASSOCIAÇÃO DOS GEOGRAFOS BRASILEIROS. Geografia, Território e Tecnologia. São Paulo: Terra Livre, nº 9, 1º semestre 1992.
ASSOCIAÇÃO DOS GEOGRAFOS BRASILEIROS. Geografia espaço & memória. São Paulo: Terra Livre, nº 10, 1º semestre 1994.
ASSOCIAÇÃO DOS GEOGRAFOS BRASILEIROS. Paradigmas da Geografia (Parte I). São Paulo: Terra Livre, nº 16, 1º semestre 2001.
ASSOCIAÇÃO DOS GEOGRAFOS BRASILEIROS. Paradigmas da Geografia (Parte II). São Paulo: Terra Livre, nº 17, 2º semestre 2001.
CARNEIRO, Sandra de Sá; SANT´ANNA, M. J. G. (Orgs.). Cidade: olhares e trajetórias. Rio de Janeiro: Garamond universitária, 2009.
CASTRO, Iná E. GOMES, Paulo C. C. e CORRÊIA, R. L. (Org.). Explorações Geográficas. São Paulo: Bertrand Brasil, 1997.
CASTRO, Iná E. GOMES.& MIRANDA, Mariana. EGLERE, Cláudio A. G. (Org.). Redescobrindo o Brasil: 500 anos depois. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999.
CASTRO, Iná Elias de. Geografia e política: território, escala de ação e instituições. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.
CHRISTOFOLETTI, Antônio. Perspectivas da Geografia. Difel, São Paulo, 1982
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
CORRÊA, Roberto Lobato. Região e organização espacial. 2 ed. São Paulo, Ática, 1987.
CORRÊA, Roberto Lobato. Trajetórias geográficas. Rio de Janeiro/RJ: Bertrand Brasil, 2005.
DANTAS, Aldo. Pierre Monbeig – um marco da geografia brasileira. Porto Alegre/RS: Editora Sulina, 2005.
DOLFUSS, Oliviar. O espaço geográfico. Difel, São Paulo, 1978.
FERNANDES, Manoel. Aula de Geografia. Campina Grande-PB: Bagagem, 2003.
FILHO, Ciro Marcondes. Sociedade Tecnológica. São Paulo: Scipione, 1994.
HARTSHORNE, Richard. Propósitos e natureza da Geografia. Hicitec, São Paulo, 1978.
KROPOTKIN, Piort. O Estado e seu papel histórico. São Paulo: Imaginário/ Nu-sol/PUC-SP, 2000.
KROPOTKIN, Piort. Teoria e Método (Seleção de Textos Por José William Vesentini). São Paulo: Boletim da AGB 13, 1986.
LACOSTE, Yves. Geografia do Subdesenvolvimento. São Paulo; Difel, 1985.
LACOSTE, Yves.A Geografia – isso serve, em primeiro lugar para fazer a guerra. São Paulo: Papirus, 1985.
LÉVY, Pierre. A inteligência Coletiva – por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo: Loyola, 2000.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: editora 34, 2000.
MACIEL, Caio Augusto Amorim (Org.). Entre Geografia e Geosofia – abordagens culturais do espaço. Recife/PE: Editora da UFPE, 2009.
MARIANO NETO, Belarmino. Ecologia e Imaginário: memória cultural, natureza e submundialização. João Pessoa: UFPB/Universitária, 2001.
MARIANO NETO, Belarmino. Geografia: Textos, contextos e pretextos para o planejamento ambiental. Guarabira: Gráfica São Paulo, UEPB, 2003.
MARIANO NETO, Belarmino; ARRUDA, Luciene Vieira (Orgs.). Geografia e Território – Planejamento urbano, rural e ambiental. João Pessoa: Ideia, 2010.
MARIANO NETO, Belarmino. http://observatoriodoagreste.blogspot.com – artigos, dissertações e teses, vários anos.
MORAES, Antonio Carlos Robert. Ideologias Geográficas. São Paulo: Hulcitec, 1996.
MORAES, Antonio Carlos Robert Geografia Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 1991.
MOREIRA, Emília, TARGINO, Ivan. Capítulos de Geografia Agrária da Paraíba. In ____ Os movimentos sociais no campo e as conquistas da classe trabalhadora. João Pessoa: Editora Universitária/UEPB, 1997, p. 279 – 331.
MOREIRA, Ruy. O Circulo e a Espiral: A crise paradigmática do mundo moderno. Rio de Janeiro: Obra Aberta, 1993.
MOREIRA, Ruy. O que é Geografia. São Paulo: editora brasiliense, 1985.
NOGUEIRA, Alexandre Peixoto Faria (2009), O Anarquismo como Método de Análise Geográfica: uma breve reflexão epistemológica. Disponible en http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Teoriaymetodo/Teoricos/12.pdf
OLIVA, Jaime e GIANSANTI, Roberto. Espaço e Modernidade – temas de geografia mundial. São Paulo: Atual, 1995.
QUAINI, Massimo. A construção da geografia humana. Rio de Janeiro: Terra e paz,1992.
RYBCZYUNSKI, Witold. Vidas nas Cidades – expectativas urbanas no novo mundo. Rio de Janeiro e São Paulo: Record, 1995.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela mão de Alice – o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 2001.
SANTOS, Milton. Por uma geografia nova. São Paulo: Hucitec, 1986.
SANTOS, Milton. As Metamorfoses do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1994.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização – do pensamento único à consciência universal. RJ/SP: Record, 2001.
SANTOS, Milton. Da totalidade ao Lugar. São Paulo: edusp, 2008.
SAQUET, Marcos Aurélio. Por uma geografia das territorialidades e das temporalidades – uma concepção multidimensional voltada para a cooperação e para o desenvolvimento territorial. São Paulo: Editora Outras Expressões, 2011.
SODRÉ, Nelson Wernack. Introdução à Geografia. Vozes, Rio de Janeiro, 1977.
TERRA BRASILIS. Geografia e Pensamento Social Brasileiro. Rio de Janeiro: Grupo de Trabalho de História do Pensamento Geográfico no Brasil, Ano I, nº 2, Jul/Dez. 2000.
TERRA BRASILIS. Dossiê América Latina. Rio de Janeiro: Grupo de Trabalho de História do Pensamento Geográfico no Brasil, Ano II,nº 3, 2001.
VITTE, Antonio Carlos (Org.). Contribuições à História e à Epistemologia da Geografia. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
WANDERLEY, Maria Nazaré Baudel (Org.). Globalização e desenvolvimento sustentável: dinâmicas sociais rurais no Nordeste brasileiro. São Paulo/Campinas: Editora Polis, 2004.
http://olharesgeograficos.blogs.sapo.pt/
http://observatoriodoagreste.blogspot.com.br/
http://www.scielo.org/cgi-bin/wxis.exe/applications/scielo-org/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%5Edart.org&nextAction=lnk&lang=p&indexSearch&exprSearch=BRASIL
http://www.geo.ufv.br/?page_id=293
http://socialsciences.scielo.org/scielo.php?script=sci_serial&pid=1414-753X&lng=pt&nrm=iso